quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

Fonte: Banco Central do Brasil - Nota para a Imprensa - 21.12.2011


I - Evolução dos agregados monetários

A média dos saldos diários da base monetária alcançou R$187,3 bilhões, em novembro, ao registrar incrementos de 1% no mês e de 5,3% em doze meses, condicionados pelos avanços mensais de 0,8% no saldo médio do papel-moeda emitido e de 1,7% na posição de reservas bancárias.

Entre os fatores de emissão monetária, destacou-se, no sentido contracionista, a movimentação de R$19,2 bilhões na Conta Única do Tesouro Nacional. As operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, foram expansionistas em R$11,9 bilhões, refletindo compras líquidas de R$12,7 bilhões no mercado secundário e colocações líquidas de R$800 milhões no mercado primário. No mesmo sentido, os depósitos de instituições financeiras, que incluem os fluxos mensais de recolhimentos compulsórios, atingiram R$1,9 bilhão.

Os meios de pagamento restritos (M1), considerado o saldo médio diário, atingiram R$255,3 bilhões em novembro, ao registrarem queda de 0,1% no mês e elevação de 0,8% em doze meses. No mês, o saldo médio do papel-moeda em poder do público cresceu 0,9% e os depósitos à vista reduziram-se 1%.

Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos para investimentos, depósitos de poupança e títulos privados, expandiram-se 1,2% no mês, totalizando R$1,6 trilhão. Esse resultado refletiu os avanços de 0,7% no saldo dos títulos privados e de 0,3% nos depósitos de poupança, que atingiram, respectivamente, R$878,6 bilhões e R$414,1 bilhões.

O M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, registrou avanço mensal de 1,2%, somando R$2,9 trilhões, favorecido pelo crescimento de 2,5% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que alcançou R$1,3 trilhão. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, apresentou elevação de 1,5% no mês e de 16,3% nos últimos doze meses, totalizando R$3,5 trilhões.
II - Operações de crédito do sistema financeiro

O crédito do sistema financeiro nacional apresentou, em novembro, expansão mais acentuada que no mês anterior, refletindo, em particular, o retorno à normalidade após a greve bancária encerrada em 17 de outubro. Nesse contexto, o saldo total das operações de crédito atingiu R$1.984 bilhões, elevando-se 1,9% no mês e 18,2% em doze meses. Em decorrência, a relação empréstimos totais/PIB subiu para 48,2%, ante 47,5% em outubro e 44,9% no mesmo período do ano anterior. No mês, a representatividade dos bancos públicos aumentou de 42,4% para 42,8% em novembro, enquanto as participações relativas às instituições privadas nacionais e estrangeiras decresceram de 40,2% para 39,9% e de 17,4% para 17,3%, respectivamente.

O segmento de crédito livre correspondeu a R$1.275 bilhões, com aumentos de 1,4% no mês e de 15,8% em relação a novembro do ano anterior, passando a representar 64,3% do total da carteira do sistema financeiro. As operações relativas a pessoas físicas totalizaram R$644 bilhões, com incrementos de 0,9% e de 17,2% nas mesmas bases de comparação, enquanto as destinadas a pessoas jurídicas registraram avanços respectivos de 1,9% e de 14,4%, atingindo R$631 bilhões.

O crédito direcionado alcançou R$709 bilhões, ao crescer 2,9% no mês e 22,8% em doze meses. Além dos financiamentos habitacionais, cujo estoque atingiu R$182 bilhões, expandindo-se 2,9% no mês e 44% em doze meses, mantiveram desempenho expressivo os financiamentos do BNDES, com saldo de R$409 bilhões e expansões de 2,6% no mês e de 15,7% em doze meses. Destaque-se a expansão mensal de 4,9% nos financiamentos diretos do BNDES, que atingiram saldo de R$203 bilhões, com participação relevante de desembolsos aos setores de energia, mineração e telecomunicações.


II.1 - Distribuição setorial do crédito

O crédito ao setor privado, computadas as operações com recursos livres e direcionados, cresceu 1,7% no mês e 18,3% em doze meses, alcançando R$1.907 bilhões em novembro, atingindo participação de 96,1% no total do sistema financeiro. Entre os setores econômicos, foi relevante a expansão relativa ao segmento de outros serviços, saldo de R$333,1 bilhões e aumento de 2,6%, sobressaindo operações destinadas a telecomunicações, transportes e serviços automotivos. Os empréstimos à indústria somaram R$409,7 bilhões, após alta mensal de 1,5%, enfatizando-se desembolsos para as áreas de extração mineral, automotiva e química. O crédito ao setor habitacional mantém crescimento acelerado, com elevações de 3% no mês e de 46,2% em doze meses, somando R$195,3 bilhões. Os recursos destinados ao setor rural totalizaram R$138,4 bilhões, registrando crescimento de 1,5% no mês.

O saldo dos empréstimos ao setor público situou-se em R$77,8 bilhões em novembro, denotando aumento de 7,3% no mês. Esse resultado refletiu a elevação de 12,7% no estoque referente ao governo federal, R$40,8 bilhões, com participação destacada da destinação ao setor energético.


II.2 - Operações com recursos livres - Crédito referencial para taxas de juros

Entre as modalidades de crédito livre para pessoas físicas, foram revertidas em novembro oscilações verificadas nos dados do mês anterior, associadas à greve bancária. São exemplos os decréscimos respectivos de 2,5% e 0,2% nos saldos relativos a cheque especial e cartão de crédito, assim como a elevação de 19,4% nas concessões de crédito consignado, superior à verificada no total de crédito pessoal, 12,9%. Esse comportamento se refletiu também em retrações das taxas de juros, em consequência da demanda mais intensa por modalidades de custo mais baixo, tais como o crédito consignado, e dos atrasos de 15 a 90 dias, dado o retorno à normalidade dos pagamentos relativos a compromissos financeiros. Nas operações voltadas ao segmento empresarial, destacou-se o desempenho mensal da carteira para capital de giro, com elevações de 2% no mês e de 17,2% em doze meses, totalizando R$304,7 bilhões.

A taxa média de juros das modalidades que compõem o crédito referencial declinou 1 p.p no mês, situando-se em 38,5% a.a. em novembro. A queda foi determinada pelas operações com pessoas físicas, cuja taxa média baixou para 44,7% a.a, após redução de 2,4 p.p. no mês, decorrente dos recuos nas taxas relativas a crédito pessoal e aquisição de veículos. No segmento empresarial, a taxa permaneceu estável em 29,8% a.a.

A inadimplência do crédito referencial, referente à participação relativa dos atrasos superiores a noventa dias, cresceu 0,1 p.p., para 5,6%, traduzindo a elevação de 0,2 p.p. no índice relativo às famílias, que se situou em 7,3%, ao passo que, no crédito às empresas, a taxa se manteve em 4%. O percentual de operações com atrasos de 15 a 90 dias, por sua vez, declinou 0,4 p.p. no segmento de pessoas físicas, alcançando 6,5%, assinalando estabilidade em 2,2% nos empréstimos às empresas.


III - Ativos e passivos internacionais do sistema bancário

Os ativos internacionais do sistema bancário, correspondentes a operações com não residentes, em qualquer moeda, e com residentes, em moeda estrangeira, totalizaram R$234,9 bilhões em setembro, evidenciando expansão trimestral de 23,4% em reais, justificada, sobretudo, pela depreciação cambial de 18,8% no período. Avaliados em dólares, o crescimento limitou-se a 3,9%.

O grau de internacionalização do sistema, no que diz respeito aos ativos, avançou de 4,6% para 5,4% no período analisado, com declínio da representatividade dos bancos privados nacionais de 44,4%, em junho, para 39,4% em setembro. Em sentido inverso, aumentaram as participações dos bancos públicos, de 17,9% para 18,2%, e dos bancos estrangeiros, de 37,7% para 42,4%. Relativamente aos países contrapartes das operações, destaque-se o crescimento das parcelas referentes aos Estados Unidos, cuja participação no total dos ativos com não residentes avançou de 10,5% para 13,4%.

Os passivos internacionais somaram R$312,9 bilhões, elevando-se 16% em reais, registrando, porém, contração de 2,3%, quando avaliados em dólares. Com isso, a participação desses passivos no total de passivos exigíveis do sistema bancário aumentou de 7,2%, em junho, para 7,8% em setembro. A exemplo do ocorrido com os ativos, cresceu a representatividade dos bancos estrangeiros, de 38,4% para 40%, e, relativamente às contrapartes, expandiram-se as operações com os Estados Unidos, de 27% para 29% do total de passivos internacionais, em contrapartida à retração das operações com residentes, de 21,4% para 18,2%.

Os ativos internacionais consolidados do sistema bancário, que incluem somente posições com não residentes, apresentaram saldo de R$140,9 bilhões em setembro, segundo o conceito de risco inicial, registrando variações trimestrais de 16,5% em reais e de -1,9% em dólares. No conceito de risco final, que incorpora ao ativo inicial o resultado das transferências de risco entre países, o saldo situou-se em R$136,9 bilhões.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Indicadores da Economia Brasileira


ÍndicesNov/11Acum. 2011Últ. 12 meses
CDI0,859%10,595%11,620%
IGPM-FGV0,500%5,224%5,950%
IPCA+6%0,986%11,736%13,039%
Ibovespa-2,510%-17,935%-15,997%
PIBB11-1,000%-16,185%-13,109%
Ação Petrobras ON5,390%-18,422%-8,299%
Ação Vale ON-4,713%-19,877%-17,229%
PTAX Venda7,249%8,684%5,524%

Sondagens e Índices de Confiança | Sondagem de Serviços
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da FGV recuou 0,6% entre outubro e novembro, ao passar de 129,7 para 128,9 pontos, o menor desde janeiro de 2011 (128,2). Com a 4ª queda consecutiva, o índice acumula perda de 2,8% entre julho e novembro, situando-se agora 2,2% abaixo do mesmo mês do ano passado.
(fonte: FGV - Notas para imprensa, 06/12/2011).

IGP-DI avança em novembro
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,43%, em novembro, taxa superior à registrada em outubro, de 0,40%. Em 12 meses, o IGP-DI variou 5,56%. No ano, a variação foi de 5,17%. Os três componentes do IGP-DI apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de outubro para novembro: IPA, de 0,48% para 0,34%, IPC, de 0,26% para 0,53%, e INCC, de 0,23% para 0,72%.
(Notas para imprensa, 07/12/2011).

IPC-S acelera na primeira semana de dezembro
O IPC-S de 07 de dezembro de 2011 registrou variação de 0,63%, taxa 0,10 ponto percentual (p.p.) acima da apurada na última semana. Este foi o maior resultado desde a segunda semana de setembro de 2011, quando o indicador registrou alta de 0,69%.
(fonte: FGV -Notas para imprensa, 08/12/2011).

Confiança do comércio recua no trimestre
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas recuou 4,5% no trimestre findo em novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O índice médio do trimestre ficou em 131,0 pontos, contra 137,2 pontos em 2010.
(fonte: FGV - Notas para imprensa, 08/12/2011).

IGP-M recua na primeira prévia do mês
O IGP-M registrou, no primeiro decêndio de dezembro, taxa de variação de 0,04%. Em novembro, no mesmo período de apuração, a taxa foi de 0,37%. Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem do primeiro decêndio de novembro para o primeiro decêndio de dezembro: IPA, de 0,50% para -0,16%, IPC, de 0,09% para 0,33%, e INCC, de 0,16% para 0,71%.
(fonte: FGV - Notas para imprensa, 09/12/2011).
 
Dólar Comercial
Cotações de fechamento da PTAX
Data
R$/US$
05/12
1, 7830
06/12
1, 7913
07/12
1, 7980
08/12
1, 7941
09/12
1, 8115*









     *Cotação: 10h
      (fonte: BC)



Agropecuária
LSPA: Em 2012, IBGE prevê safra de grãos 0,6% maior
A décima primeira estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica uma produção da ordem de 159,5 milhões de toneladas, superior em 6,6 % à safra recorde de 2010 (149,6 milhões de toneladas) e -0,1% menor que a estimativa de outubro. A área a ser colhida em 2011, de 48,6 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 4,6% comparado a 2010, e decréscimo de 5.128 hectares.
(fonte: IBGE)

Índices de Preços ao Consumidor
IPC da Fipe permanece estável registrando variação de 0,49% na primeira semana de dezembro
A primeira quadrissemana de dezembro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou inflação de 0,49% na cidade de São Paulo, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado apresenta desaceleração ante os números da última semana de novembro. Nas sete classes de despesa que compõem o IPC da Fipe, os resultados apurados foram: Habitação (0,26%), Alimentação (0,55%), Transportes (0,21%), Despesas Pessoais (1,26%), Saúde (0,42%), Vestuário (1,19%) e Educação (0,03%).
(fonte: Fipe)
Cesta básica fica mais cara em 15 capitais
Em novembro, o valor da cesta básica de alimentos teve aumento em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE. A maior alta ocorreu em Vitória (4,73%). Houve estabilidade em Salvador e queda em Aracaju (-0,49%). O salário mínimo necessário foi estimado em R$ 2.349,26.
(fonte: Dieese)
ICV: Alimentos pressionam inflação
O Índice do Custo de Vida - ICV, em novembro, apresentou taxa de 0,52%,taxa superior à variação de outubro, de 0,31% (alta de 0,21 p.p.). O aumento da Alimentação (1,55%) foi responsável, sozinho por 0,45 pp. na taxa do mês. O índice acumulado nos últimos 12 meses é de 6,24%.
(fonte: Dieese)

IPCA de novembro fica em 0,52%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,52% em novembro, situando-se acima dos 0,43% de outubro em 0,09 ponto percentual. Com este resultado, o acumulado no ano ficou em 5,97%, pouco acima da taxa de 5,25% relativa a igual período de 2010. Considerando os últimos 12 meses, o índice situou-se em 6,64%, recuando em relação aos 6,97% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2010 a taxa havia ficado em 0,83%.
(fonte: IBGE)
INPC variou 0,57% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,57% em novembro, acima do resultado de 0,32% de outubro. Com isto, o acumulado do ano fechou em 5,54%, abaixo da taxa de 5,83% relativa a igual período de 2010. Considerando os últimos 12 meses, o índice situou-se em 6,18%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,66%). Em novembro de 2010, o INPC havia ficado em 1,03%.
(fonte: IBGE)

Indústria
A produção de veículos aumenta 3,4% no mês de novembro, diz Anfavea
No mês de novembro, a produção nacional de veículos avançou 3,4% na comparação com o mês de outubro, registrando o número de 274,5 mil unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em novembro do ano passado, a produção foi maior, tendo terminado o mês com 301,9 mil unidades prontas, o que traz uma baixa de 9,1% à apuração atual, quando comparadas. Já o número de licenciamentos, na comparação outubro/novembro (de 2011), obteve elevação de 14,6%, com 321,6 mil unidades licenciadas no mês.
(fonte: Anfavea)
Produção industrial cai em 7 dos 14 locais em outubro
Entre setembro e outubro deste ano, os índices regionais da produção industrial mostraram taxas negativas em sete dos 14 locais pesquisados, na série ajustada sazonalmente. Goiás, com queda de 8,0%, Santa Catarina (-3,4%) e São Paulo (-2,6%) apontaram os recuos mais acentuados, com o primeiro eliminando a expansão de 8,0% assinalada no mês anterior, o segundo acelerando o ritmo de queda observado no mês anterior (-1,0%), e o terceiro acumulando perda de 7,6% nos últimos dois meses de recuo na produção. Os demais locais com redução na produção acima da média nacional (-0,6%) foram: Ceará (-1,5%), Pará (-1,4%), Pernambuco (-1,0%) e Rio de Janeiro (-0,9%). Espírito Santo repetiu o patamar de setembro. As seis áreas que registraram avanço na produção foram Bahia (3,0%), Rio Grande do Sul (2,4%), Minas Gerais (1,6%), região Nordeste (1,0%), Paraná (1,0%) e Amazonas (0,9%).
(fonte: IBGE)

IGP-M recua na primeira prévia do mês

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,04%, no primeiro decêndio do mês de dezembro. Para o mesmo período de apuração do mês anterior, a variação foi de 0,37%. O primeiro decêndio do IGP-M de dezembro compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 30 do mês de novembro. 

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de -0,16%, no primeiro decêndio de dezembro. No mesmo período do mês de novembro, a taxa foi de 0,50%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais avançou de 0,32% para 0,82%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,03% para 1,56%. No estágio dos Bens Intermediários, a taxa de variação passou de 0,45% para -0,28%. A maior contribuição para esta desaceleração partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,41% para -0,80%. 

O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -1,11%. No mês anterior, a taxa foi de 0,77%. Os itens que mais contribuíram para a trajetória de desaceleração deste grupo foram: minério de ferro (3,12% para -4,09%), milho (em grão) (0,04% para -5,64%) e soja (em grão) (-0,59% para -2,50%). Com taxas em sentido ascendente, destacam-se: bovinos (1,19% para 3,06%), aves (-0,19% para 1,69%) e café (em grão) (0,60% para 2,22%). 

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou, no primeiro decêndio de dezembro, taxa de variação de 0,33%. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,09%. Cinco das sete classes de despesa componentes do índice registraram avanço em suas taxas de variação. O principal destaque foi o grupo Alimentação (-0,27% para 0,20%). Nesta classe de despesa, destacam-se os itens: carnes bovinas (0,52% para 3,66%) e frutas (-0,99% para 3,33%). 

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Transportes (-0,13% para 0,26%), Vestuário (0,27% para 0,99%), Despesas Diversas (0,00% para 0,46%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,31% para 0,41%). Nestas classes de despesa, as principais contribuições partiram dos itens: gasolina (-0,50% para 0,68%), roupas (0,13% para 1,19%), cerveja (-0,36% para 3,08%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,12% para 0,59%), respectivamente. 

Em contrapartida, registraram recuo em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,33% para 0,25%) e Habitação (0,38% para 0,35%). Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos preços dos itens: show musical (3,90% para -2,97%) e condomínio residencial (1,35% para 0,57%), respectivamente. 

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no primeiro decêndio de dezembro, taxa de 0,71%. No primeiro decêndio de novembro, a taxa foi de 0,16%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,23%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,32%. O índice que representa o custo da Mão de Obra apresentou variação de 1,19%, no primeiro decêndio de dezembro. Na apuração referente ao mesmo período do mês anterior, o índice não registrou variação.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Entrevistas


Quem diz isso é o economista Edmar Bacha, criador da expressão na década de 70 e um dos principais formuladores do Plano Real. “Talvez o termo composto proposto por Delfim Netto seja hoje mais apropriado: Ingana -impostos da Inglaterra e serviços públicos de Gana”, afirmou.
 Com o aumento da renda no Brasil, já não é mais adequado retratar o país como uma Belíndia, mistura entre a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia. 
Consultor-sênior do banco de investimento Itaú-BBA, Bacha falou à Folha sobre os 15 anos do Real. Ele elogiou o presidente Lula, a quem atribuiu dons “camaleônicos” que permitiram o aprimoramento da economia, mas criticou a estratégia petista de demonizar as privatizações. A entrevista foi feita no Instituto de Estudos Econômicos da Casa das Garças, presidido por Bacha.
 
FOLHA – O Real de FHC trouxe estabilidade monetária. O Real de Lula produziu crescimento de renda, aumento do crédito e emprego formal. A comparação é apropriada? 
EDMAR BACHA – Não é tão simples assim. Em 1994, o Real trouxe uma parada súbita e duradoura da inflação, o que não é pouca coisa. O governo de Fernando Henrique também fez reformas difíceis, das quais o presidente Lula beneficiou-se. Além disso, os deuses determinaram sucessivas crises internacionais no nosso período [México em 1995, Ásia em 1997, Rússia em 1998 e Argentina em 2001]. Tivemos um cenário internacional muito hostil. O Lula teve o benefício de herdar as reformas já feitas. Teve, com elas, liberdade para administrar o Estado. Além disso, contou com o céu de brigadeiro. Nunca antes na história dos povos houve um período de crescimento tão vigoroso quanto o verificado entre 2002 e 2007.
FOLHA – E os méritos de Lula? 
BACHA – Em primeiro lugar, Lula sempre teve muito presente a importância da estabilidade de preços para manter o poder de compra dos salários. É uma qualidade dele, não do PT. O presidente também aprofundou os programas sociais e demonstrou uma impressionante capacidade camaleônica. Quando viu que um programa não dava certo, simplesmente o abandonou. Quando percebeu que o Fome Zero não funcionava, tratou de aperfeiçoar o Bolsa Escola. Na educação foi a mesma coisa. O PT dizia que ia acabar com os sistemas de avaliação, extinguir o Provão. Não só não acabou como também melhorou o modelo que herdou -o Enem pode até vir a substituir o vestibular. Vejo como um talento essa sua capacidade de reconhecer os problemas, de ouvir os melhores conselhos e dispensar as porcarias que lhe sopram no ouvido.
FOLHA – E os pecados? 
BACHA – Tem um pecado que só não foi mortal devido à situação econômica favorável. O governo Lula abandonou as reformas, aparentemente porque viu que era muito complicado lidar com o Congresso depois do mensalão. O governo aprovou duas ou três coisas logo no início, depois parou. Após o mensalão, tratou de fazer as composições estritamente necessárias para governar.
FOLHA – Que reformas foram adiadas? 
BACHA – Refiro-me especialmente a uma palavra que virou anátema sob Lula: privatização. Se existe um pecado mortal no atual governo, é o de demonizar os mecanismos que permitem ao setor privado participar mais ativamente da provisão de bens públicos que tradicionalmente eram reserva do Estado.
FOLHA – Mas a palavra privatização é impopular inclusive no PSDB… 
BACHA – Sim, é verdade. Fui assessor da campanha do Mario Covas. Nós é que inventamos a palavra “desestatização” porque ele não queria usar privatização. E, quando Covas pregou o choque do capitalismo em um discurso, passou o resto da campanha se desculpando, dizendo que não lhe tinham interpretado corretamente.
FOLHA – Por que esse discurso antiprivatização é tão poderoso? 
BACHA – As pessoas se convenceram de que, se algo é estatal, isso lhes pertence, quando muitas vezes o que lhes pertence são apenas os custos de sustentação da estatal.
FOLHA – Dado que tucanos e petistas têm a mesma receita contra a crise econômica, é possível formular um discurso eleitoral de oposição? 
BACHA – Em termos de resposta à crise econômica, os limites são estreitos mesmo, mas é um retrato do amadurecimento do país. Felizmente ninguém está propondo o socialismo do século 21 como resposta à crise. Esse amadurecimento também é produto do Plano Real. Antes dele havia sempre presente, no cardápio de alternativas políticas, a ideia de que o Brasil podia ir para qualquer lado.
FOLHA – O senhor criou o termo Belíndia para retratar a desigualdade social. O termo ainda é válido? 
BACHA – A desigualdade ainda é um traço forte, mas a combinação de crescimento com estabilidade e programas sociais melhora muito a parte “Índia” do Brasil. Sob esse ponto de vista, não é mais correto falar em Belíndia. Talvez o termo composto proposto por Delfim Netto seja hoje mais apropriado: Ingana -impostos da Inglaterra e serviços públicos de Gana. De qualquer modo, pelo menos conseguimos evitar a Banglabânia -Bangladesh com Albânia- que Mário Henrique Simonsen tanto temia.
FOLHA – O Real trouxe estabilidade ao país, mas também o risco renitente de sobrevalorização cambial. Como resolver esse problema? 
BACHA – Trata-se de um dilema natural do sistema de câmbio flexível aliado ao regime de metas inflacionárias. É um problema mesmo. Para atacá-lo, poderíamos tornar o real uma moeda conversível de fato, pondo fim ao estigma da evasão de divisas e à mentalidade de que as pessoas não podem manter o dinheiro lá fora. Seria uma maneira natural de evitar a valorização excessiva do real. Agora que o governo está propondo acordos de trocas comerciais usando moedas nacionais com a Argentina e a China, inclusive para desbancar o dólar, talvez seja a hora de observar que tudo isso seria muito facilitado caso o real fosse uma moeda conversível.



Entrevista com Gustavo Franco



Gustavo, um dos temas mais discutidos no Brasil é a taxa de juros. Recentemente você se tornou uma voz importante que acredita que poderíamos já praticar taxas de juros similares às da zona do Euro. Como viabilizar esse cenário?
Gustavo Franco: Somos o campeão mundial de juros há muitos anos; já é tempo de assumir que há algo de patológico nesse comportamento. Temos praticado as “metas de inflação” tal como se já tivéssemos alcançado a “normalidade” em matéria de juros e contas públicas, o que, infelizmente, não é o caso. Parece que a crise fiscal do Hemisfério Norte fez parecer que a nossa situação é melhor do que realmente é.
O fato é que sem uma melhora substancial no déficit nominal (e no superávit primário), não vamos conseguir reduzir muito substancialmente os juros sem acordar a inflação. Trata-se, portanto, de mudar a mistura: menos “política fiscal” permite mais “flexibilização monetária”.
Olhando para 2012 e os gastos que o governo terá, inclusive com aumento substancial do salário mínimo (e consequentemente a expectativa de consumo maior), não corremos o risco de termos o retorno da inflação se a Selic cair demais?
G. F.: Sim, corremos o risco. A determinação presidencial de reduzir os juros é louvável, mas se o Palácio não providenciar uma melhoria na política fiscal vamos rumar na direção do “mix” argentino, onde a inflação se aproxima de 20%, há manipulações e muita propaganda sobre a manutenção do crescimento, ainda que meio trôpego, e provavelmente insustentável. Não é o caminho que devemos perseguir.
A atual direção do Banco Central optou por conter a inflação com a adoção das chamadas medidas macroprudenciais. Nesse meio tempo, a crise na Europa se agravou - o que de certa forma contribuiu para o aumento de preços e desaquecimento econômico em todo mundo. O Brasil pode aproveitar-se deste momento ou sofrerá com ele?
G. F.: Pessoalmente, não gosto de medidas “macroprudenciais”, pois sob este título o que se pratica, geralmente, é controle quantitativo do crédito e tributação disfarçada, o que antigamente era chamado de “repressão financeira”. O impacto dessas medidas é simplesmente o de aumentar o “spread” bancário, ou seja, um aumento de taxas de juros que incide apenas para o crédito (para o setor privado).
O fato é que essas medidas ajudaram o Brasil a parar de ferver, mas em níveis de atividade e emprego ainda muito altos. A crise na Europa tem tido alguma influência deflacionista mas nada nem próximo do que se observou em 2008, de tal sorte que esta nova safra de reduções na Taxa Selic precisa ser calibrada com enorme cuidado.
O desejo de crescer de forma sustentável nos acompanha há um bom tempo. Não seria o momento de olharmos com carinho para possíveis alterações na política fiscal, incluindo uma possível elevação no superávit primário?
G. F.: Claro que sim, está mais do que na hora. Na verdade, há anos que estamos diante desse desafio. Os governos fazem o possível e o impossível para procrastinar esse momento, face aos custos políticos de curto prazo. É a miopia clássica dos políticos, que não percebem o tamanho do benefício que pode ser gerado no futuro. Enfim, estamos perdendo tempo e ajudando a nutrir a máxima segundo a qual somos o país do futuro que nunca chega.
No livro "Cartas a um Jovem Economista", você teve a oportunidade de conversar com um público jovem e que está se preparando para entrar no mercado de trabalho. Algumas projeções colocam o Brasil entre as quatro maiores economias do mundo daqui algumas décadas. Qual o peso dos jovens na nova realidade econômica do Brasil?
G. F.: É gigantesco. As mudanças demográficas dos últimos anos nos transformaram em um país com um inchaço nas faixas etárias dos iniciantes no mercado de trabalho, todos empregados e com fortes percepções de que é enorme a “taxa de retorno” do investimento em educação é qualificação.
Há muito otimismo no ar, e por isso o Instituto Gallup aferiu que o Brasil ocupa a 24ª posição no ranking de países sobre “felicidade” e a 1ª do mundo em “felicidade esperada para cinco anos à frente”. Isto é estranho para um país que ocupa a 83ª posição no ranking do Índide de Desenvolvimento Humano (IDH), e só se explica a partir de um fator, aliás, como ficou bem demonstrado no estudo do CPS-FGV-RJ, de Marcelo Nery: o fator é a juventude.
Um dos pontos mais delicados em nosso país é justamente a falta de mão de obra especializada. Em que medida as reformas na educação e no nível do ensino profissionalizante são fundamentais para alcançarmos o projetado sucesso?
G. F.: O ponto crucial é o aumento de vagas, e isto tem ocorrido sobretudo a partir de estabelecimentos privados. No ensino universitário, a rede pública estagnou e se elitizou a despeito da demagogia em se manter a gratuidade das mensalidades, que beneficia apenas aos filhos da classe média abastada para cima.
Enquanto isso, o ensino universitário noturno talvez tenha multiplicado por cinco as suas vagas nos últimos 10 anos. O governo prefere gastar dinheiro dando bolsas para os estudantes na rede privada (PROUNI) a cobrar anuidades na rede pública. Eu não consigo entender.
Gustavo, obrigado pela participação. Por favor, deixe um recado final aos nossos muitos leitores jovens que admiram sua trajetória.
G. F.: O Brasil é um país jovem cheio de estruturas velhas, por isso somos uma explosão de empreendedorismo e vontade de vencer, mas num ambiente ainda dominado pelo privilégio e pelos cânones do patrimonialismo. O país precisa se renovar. Em boa medida, a hiperinflação era um sintoma dessa batalha entre o novo e o velho. Os problemas não foram inteiramente resolvidos, longe disso. A juventude será a principal força na direção da mudança, e há muito o que fazer.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Principais indicadores do Cenário Econômico



O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou, em novembro, variação de 0,50%. No mês anterior, a taxa foi de 0,53%. Em 12 meses, o IGP-M variou 5,95%. No ano, a variação foi de 5,22%. Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de outubro para novembro: IPA, de 0,68% para 0,52%, IPC, de 0,26% para 0,43%, e INCC, de 0,20% para 0,50%. 
Fonte: FGVdados (Notas para imprensa, 29/11/2011).
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas ficou estável entre outubro e novembro, após permanecer dez meses em queda. Em 100,7 pontos, o índice continua abaixo da média desde 2003 (103,9), refletindo o nível ainda baixo de confiança por parte do empresário industrial em relação ao rumo dos negócios.
Fonte: FGVdados (Notas para imprensa, 30/11/2011)
O IPC-S de 30 de novembro de 2011 registrou variação de 0,53%, taxa 0,10 ponto percentual (p.p.) acima da apurada na última semana. Com este resultado, o indicador acumula alta de 5,52%, no ano e 6,29%, nos últimos 12 meses.
Fonte: FGVdados (Notas para imprensa, 01/12/2011). 

Dólar Comercial
Cotações de fechamento da PTAX
Data
R$/US$
28/11
1, 8596
29/11
1, 8486
30/11
1, 8109
01/12
1, 7929
01/12
1, 7816*







*Cotação: 10h   (fonte: BC)


Indicadores Financeiros
Copom reduz a taxa Selic para 11% ao ano
Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 11,00% a.a., sem viés. O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012.
(fonte: BC) 

Índices de Preços ao Consumidor
IPC da Fipe permanece estável registrando variação de 0,60% na quarta semana de novembro
A quarta quadrissemana de novembro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou inflação de 0,60% na cidade de São Paulo, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado se manteve estável ante os números da terceira semana de novembro. Nas sete classes de despesa que compõem o IPC da Fipe, os resultados apurados foram: Habitação (0,41%), Alimentação (0,74%), Transportes (0,24%), Despesas Pessoais (1,31%), Saúde (0,46%), Vestuário (1,36%) e Educação (0,04%).
(fonte: Fipe)

Indústria
Produção industrial cai 0,6% em outubro (PIM)
Em outubro de 2011, a produção industrial recuou 0,6% em relação a setembro, na série livre de influências sazonais, terceiro resultado negativo nesse tipo de comparação, acumulando perda de 2,6% nesse período. Este menor ritmo produtivo atingiu 20 das 27 atividades investigadas. No confronto com outubro de 2010, a atividade fabril apontou redução de 2,2%, acelerando o ritmo de queda frente ao mês anterior (-1,6%). Com o atual desempenho, o índice no ano mostrou crescimento de 0,7%, abaixo do observado nos meses anteriores.
(fonte: IBGE).

Mercado de Trabalho
Taxa de desemprego diminui após ficar seis meses relativamente estável 
As informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED mostram que, em outubro, o total de desempregados no conjunto das sete regiões onde a pesquisa é realizada foi estimado em 2.240 mil pessoas, 122 mil a menos do que no mês anterior (Tabela 1). Após seis meses em relativa estabilidade, a taxa de desemprego total diminuiu, ao passar de 10,6%, em setembro, para os atuais 10,1%. Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto reduziu-se de 8,1% para 7,7% e a de desemprego oculto variou de 2,5% para 2,4%. A taxa de participação passou de 60,1% para 59,9%, no período em análise.
(fonte: Dieese).

Setor Externo
Superávit da balança comercial de 2011 está em US$ 25,9 bilhões
Nos vinte dias úteis de novembro, as exportações brasileiras somaram US$ 21,774 bilhões, com média diária de US$ 1,088 bilhão, e as importações chegaram a US$ 21,191 bilhões, tendo registrado média diária de US$ 1,059 bilhão. Com estes resultados, o saldo comercial do mês foi superavitário em US$ 583 milhões, com um resultado médio diário de US$ 29,2 milhões. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 42,965 bilhões, com média por dia útil de US$ 2,148 bilhões.
(fonte: MDIC)