Educação financeira é muito mais que
baixar uma planilha ou anotar seus gastos. É ver nestas e em outras atitudes
uma porta para a liberdade, para a criação de riquezas pessoais (familiares,
espirituais, profissionais e materiais) e qualidade de vida. Porque, muito ou
pouco, dinheiro todo mundo tem. A diferença está no que ele representa para
você e sua família. Educação financeira é, em essência, parte de um estilo de
vida. Porque dinheiro é bom e todo mundo gosta, mas nem todos são convincentes
em explicar o porquê.
Porque as pessoas não conseguem se livrar do vício do consumo?
Necessidades
x Desejos
Características:
Ter dívidas tira o sono, mexe com o humor e custa muito caro, pois os juros pelo atraso dos pagamentos costumam ser muito altos.
Estar endividado pode gerar uma angústia sem fim…
Então é importante dividir o problema em 2 momentos:
*Por Elisson de Andrade.
Elisson de Andrade
*Doutorando em Economia Aplicada pela ESALQ-USP, professor universitário nas áreas de Matemática Financeira, Mercado de Capitais e Finanças Pessoais, responsável pelo blog Suas Finanças Pessoais. Oferece ainda um curso gratuito sobre Etapas do Planejamento Financeiro via e-mail, bastando apenas cadastrar-se no site
Simplificando ao máximo o conceito de controle financeiro, podemos
dizer que ele consiste na tarefa de relacionar
as despesas (gastos), as receitas (ganhos) e em seguida calcular a diferença.
Seguindo a mesma ideia da contabilidade praticada nas empresas.
Porque as pessoas não conseguem se livrar do vício do consumo?
Para entender essas questões recorro a psicologia e psicanálise.
Poderia muito bem seguir a corrente de pensamentos dos economistas e
financeiros que dissemina técnicas e ferramentas para o controle financeiro
pessoal e não aborda a parte comportamental das pessoas.
Segundo a psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira, nossas emoções
surgiram a milhares de anos antes da nossa razão, as emoções têm raízes nos
instintos, portanto operam de forma ‘meio’ animal. Visando muito mais à nossa
sobrevivência imediata do que o nosso aprimoramento.
O mais comum é culpar o grande
apelo de consumo da mídia, a facilidade
de credito ou talvez os mercenários que fazem tudo para aplicar juros abusivos.
Não inocento os protagonistas citados. Mas, acredito que a mídia é o reflexo da
sociedade, ou seja, a mídia transmite o que gera audiência. Os bancos oferecem
créditos a juros abusivos por que tem pessoas interessadas e assim por diante.
A Culpa é da mídia?
De acordo com o estudo da psicanálise, as pessoas vivem a base de
ilusões. ilusões são respostas rápidas e falsas. Acreditamos nelas porque
gostaríamos muito que fosse possível encontrar satisfação, as vitimas adorariam
que aquela situação fosse real que fica míope. Exemplo: a moça quer tanto
perder aquela celulite que compra mesmo pela internet (sem ninguém iludir) o creme miraculoso que promete acabar o problema
em duas semanas.
Precisamos de
dinheiro para sobreviver, porém, não viver apenas pelo dinheiro.
Afinal, por que nós
nos preocupamos em ter dinheiro, que e si, não vale nada (ninguém se alimenta
de notas ou moedas), ninguém constrói casas com folhas de cheques etc. O
dinheiro representa um meio para satisfazer nossas necessidades e desejos.
Necessidades: referem-se a
aspectos básicos da condição humana: alimentar-se, vestir-se, ter um lugar para
morar, sexo etc. Quando essas necessidades não são atendidas, o indivíduo vive
numa condição subumana e deve lutar, com todas as forças, para que essas
demandas sejam atendidas. A determinação das “necessidades” evoluiu com o
passar dos séculos da civilização. Podem ser consideradas como “necessidades”
do mundo moderno o uso do telefone, da
luz elétrica, assim como o usufruto da educação de qualidade e do
emprego. Essas necessidades não existiam nas sociedades primitivas, ou mesmo
rurais, dos séculos passados.
Desejos: são manifestações de nossas vontades. Não são
necessidades. Posso mudar meus desejos e postergá-los. Mas não posso postergar
a fome, a sensação de frio e as doenças. Assim, tenho o livre-arbítrio em
relação aos meus desejos, mas não tenho em relação às minhas necessidades. Os
desejos nada mais são do que o modo como a sociedade nos mostrou para
atendermos às nossas necessidades.
Perfis de Consumidor:
I - Consumidor Compulsivo
Características:
Compra itens que não necessita.
· É fortemente atraído por palavras como: LIQUIDAÇÃO e PROMOÇÃO.
Gasta mais do que pode.
II -Consumidor Moderado
Características:
·
Consome de forma
racional e equilibrada.
·
Planeja a compra
e pesquisa preços.
III - Consumidor Pão Duro
·
Sente mais prazer
economizando do que consumindo.
·
Prefere privar-se
de adquirir itens que lhe tragam mais
conforto ao seu dia a dia para não gastar.
A Escola Menino Deus em Passo Fundo é uma das
primeiras escolas a implantar a “Educação Financeira nas Escolas” no
currículo da instituição. A educação financeira está inserida nas diferentes
disciplinas da educação infantil, ensino fundamental e médio. Os alunos
aprendem na prática a organizar e planejar o seu orçamento. A idéia do projeto
foi do professor, economista e pai de um dos alunos, Ginez Campos, que provocou
a direção da história com este tema. O projeto é pioneiro na região. O objetivo
é criar uma nova mentalidade comportamental em relação ao uso dos recursos
financeiros pessoais ou familiares ensinando como gastar, poupar e investir os
seus recursos de forma organizada e planejada “É uma proposta que visa
desenvolver a inteligência financeira das crianças, adolescentes e jovens, que
começa com o ensino fundamental a vai até o ensino médio”, comentou Campos.
CURIOSIDADE:
Dívidas: acabe com elas antes que elas acabem com você!
Ter dívidas tira o sono, mexe com o humor e custa muito caro, pois os juros pelo atraso dos pagamentos costumam ser muito altos.
Estar endividado pode gerar uma angústia sem fim…
Então é importante dividir o problema em 2 momentos:
- Primeiro: Resolver as dívidas já existentes.
- Segundo: Não permitir que esta situação aconteça novamente no futuro.
- Decida como irá diminuir as suas despesas e/ou aumentar as suas receitas. E depois disso, calcule o que sobrará em cada mês.
- Faça uma lista com as dívidas existentes.
- Separe as dívidas que têm juros maiores.
- Negocie com os credores. E parcele com eles o quanto irá pagar por mês, dentro do seu orçamento.
- Cumpra o que negociou. E aqui a disciplina em diminuir as despesas e procurar outras formas de gerar receitas é fundamental.
- Enquadre seus gastos dentro da sua realidade financeira.
- Estabeleça o quanto irá poupar por mês e siga com determinação.
- Envolva sua família nas metas definidas.
- Faça a sua lista mensal de supermercado e veja as ofertas das principais redes. Divida os itens a serem comprados (baseados nas ofertas) entre a família ou entre os dias da semana (lembrando que vai comprar apenas o que definiu na lista).
- Para cada uma das demais despesas, veja o que pode ser diminuído (ou excluído).
- Peque uma parte do que poupar por mês e vá fazendo uma “reserva” para imprevistos.
- Fixe metas para o uso de parte do dinheiro poupado que trarão bem estar e felicidade a você e sua família. Exemplos: uma viagem, trocar o carro, etc. Quando tiver um impulso de sair gastando, lembre-se dos seus objetivos.
- Acompanhe de forma “canina” se tudo o que planejou (despesas e receitas mensais) está acontecendo. Envolva a família no acompanhamento dos números mensais (das despesas e das receitas).
*Por Elisson de Andrade.
Em minhas aulas e palestras, costumo usar os termos RICO e POBRE com bastante frequência – inspirado no
famoso livro “Pai Rico Pai Pobre”.
Porém, em tais ocasiões, antes que qualquer ouvinte me acuse de politicamente
incorreto, também costumo deixar bem claro o que cada um desses dois termos
representa e significa para mim. É exatamente esse ponto de vista que gostaria
de compartilhar com os leitores do Dinheirama.
Primeiramente, uso as
palavras RICO e POBRE para diferenciar como as pessoas pensam (e, por
consequência, agem), e não pelo quanto ganham por mês. Perceba que a diferença
é imensa. Por tal conceituação, uma pessoa que tenha renda mensal de R$
15.000,00 pode ser considerada pobre, enquanto outra com renda de R$ 1.500,00
pode ser rica. Isso simplesmente pelo fato de pensarem e agirem de maneiras
diferentes. Para exemplificar como isso é possível, apresento o famoso exemplo
da caixa d’água.
A riqueza e a caixa
d’água
Imagine a situação de uma casa em que a caixa d´água que a abastece esteja
completamente cheia. Essa fartura momentânea pode fazer com que os moradores da
casa comecem a gastar mais água do que a bomba consegue repor. Assim, se ao
longo do tempo as saídas forem maiores que as entradas, a caixa um dia ficará
vazia e os moradores passarão sede.
Repare que esse exemplo,
discutido de maneira pormenorizada em meu artigo “Entenda o Balanço Patrimonial e o
Fluxo de Caixa”, demonstra que, para evitar problemas futuros, não adianta a
caixa d´água estar cheia. É preciso que o fluxo de água seja constantemente
positivo.
No campo financeiro, isso
significa dizer que não basta ter patrimônio. É preciso que, consistentemente,
as receitas mensais sejam maiores do que as despesas – na verdade, essa é a
única maneira de se aumentar a riqueza.
Ricos e pobres pensam
de maneira diferente
Com base no exemplo da caixa d´água e sua possível analogia com as finanças
pessoais, já é possível delinear a diferença de pensamento entre pobres e
ricos. Acompanhe a seguir.
Os pobres
Os indivíduos que se encaixam nessa definição têm sua conceituação sobre
riqueza financeira baseada em quantos ativos se tem no Balanço Patrimonial.
Isso significa que olham apenas se a caixa d´água está cheia.
Ainda é preciso destacar um
detalhe importante: a riqueza percebida pelos pobres está geralmente associada
a ativos que dão despesa. Isso porque, apesar de investimentos também serem ativos, o POBRE associa riqueza a quem
possui casa de luxo, carros importados, roupas de grife etc.,
bens que geram mais despesas e aumentam as responsabilidades financeiras da
família.
Ao lidar com as finanças
pessoais, sua intenção é potencializar o consumo, acreditando que seu bem estar
e qualidade de vida estão diretamente associados à quantidade de bens e
serviços que consegue obter, nem que para isso seja preciso endividar-se.
Os ricos
As pessoas pertencentes a essa categoria dão grande importância ao fluxo de
caixa, isto é, tomam providências para que, sistematicamente, entre mais
líquido do que saia na caixa d´água. Dessa forma, é possível verificar que o
RICO abre mão do consumo imediato e exacerbado em troca de receitas maiores que
suas despesas. O destino para a “sobra” do dinheiro é
inteligente: compram ativos que geram mais receita; ou, em outras palavras,
investem.
Conclusão
Com base na argumentação construída ao longo do texto, é possível perceber
claramente que diferencio POBRES e RICOS pela maneira como definem riqueza financeira.
A maneira como pensam e agem são completamente distintas e independem de sua
receita mensal.
Obviamente, uma pessoa RICA e
com alta renda mensal, conseguirá atingir a independência financeira mais
rapidamente que outra com renda menor, mas definitivamente o quanto se ganha
não é condição suficiente para geração da verdadeira riqueza financeira.
A realidade é uma só: se
você pretende se tornar uma pessoa rica, pense e aja como tal,
independentemente de sua renda atual!
Elisson de Andrade
*Doutorando em Economia Aplicada pela ESALQ-USP, professor universitário nas áreas de Matemática Financeira, Mercado de Capitais e Finanças Pessoais, responsável pelo blog Suas Finanças Pessoais. Oferece ainda um curso gratuito sobre Etapas do Planejamento Financeiro via e-mail, bastando apenas cadastrar-se no site
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