quinta-feira, 1 de março de 2012

Afinal, o que é Educação Financeira?

Educação financeira é muito mais que baixar uma planilha ou anotar seus gastos. É ver nestas e em outras atitudes uma porta para a liberdade, para a criação de riquezas pessoais (familiares, espirituais, profissionais e materiais) e qualidade de vida. Porque, muito ou pouco, dinheiro todo mundo tem. A diferença está no que ele representa para você e sua família. Educação financeira é, em essência, parte de um estilo de vida. Porque dinheiro é bom e todo mundo gosta, mas nem todos são convincentes em explicar o porquê.


Simplificando ao máximo o conceito de controle financeiro, podemos dizer que ele consiste na tarefa de relacionar as despesas (gastos), as receitas (ganhos) e em seguida calcular a diferença. Seguindo a mesma ideia da contabilidade praticada nas empresas.



Porque as pessoas não conseguem se livrar do vício do consumo?



Para entender essas questões recorro a psicologia e psicanálise. Poderia muito bem seguir a corrente de pensamentos dos economistas e financeiros que dissemina técnicas e ferramentas para o controle financeiro pessoal e não aborda a parte comportamental das pessoas.
Segundo a psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira, nossas emoções surgiram a milhares de anos antes da nossa razão, as emoções têm raízes nos instintos, portanto operam de forma ‘meio’ animal. Visando muito mais à nossa sobrevivência imediata do que o nosso aprimoramento.
O mais comum é culpar o grande apelo de consumo da  mídia, a facilidade de credito ou talvez os mercenários que fazem tudo para aplicar juros abusivos. Não inocento os protagonistas citados. Mas, acredito que a mídia é o reflexo da sociedade, ou seja, a mídia transmite o que gera audiência. Os bancos oferecem créditos a juros abusivos por que tem pessoas interessadas e assim por diante.

A Culpa é da mídia?
De acordo com o estudo da psicanálise, as pessoas vivem a base de ilusões. ilusões são respostas rápidas e falsas. Acreditamos nelas porque gostaríamos muito que fosse possível encontrar satisfação, as vitimas adorariam que aquela situação fosse real que fica míope. Exemplo: a moça quer tanto perder aquela celulite que compra mesmo pela internet (sem ninguém iludir)  o creme miraculoso que promete acabar o problema em duas semanas.
Precisamos de dinheiro para sobreviver, porém, não viver apenas pelo dinheiro.
Afinal, por que nós nos preocupamos em ter dinheiro, que e si, não vale nada (ninguém se alimenta de notas ou moedas), ninguém constrói casas com folhas de cheques etc. O dinheiro representa um meio para satisfazer nossas necessidades e desejos.

Necessidades x Desejos
Necessidades:  referem-se a aspectos básicos da condição humana: alimentar-se, vestir-se, ter um lugar para morar, sexo etc. Quando essas necessidades não são atendidas, o indivíduo vive numa condição subumana e deve lutar, com todas as forças, para que essas demandas sejam atendidas. A determinação das “necessidades” evoluiu com o passar dos séculos da civilização. Podem ser consideradas como “necessidades” do mundo moderno o uso do telefone, da  luz elétrica, assim como o usufruto da educação de qualidade e do emprego. Essas necessidades não existiam nas sociedades primitivas, ou mesmo rurais, dos séculos passados.
Desejos: são manifestações de nossas vontades. Não são necessidades. Posso mudar meus desejos e postergá-los. Mas não posso postergar a fome, a sensação de frio e as doenças. Assim, tenho o livre-arbítrio em relação aos meus desejos, mas não tenho em relação às minhas necessidades. Os desejos nada mais são do que o modo como a sociedade nos mostrou para atendermos às nossas necessidades. 

Perfis de Consumidor:

I - Consumidor Compulsivo
     

      Características:
      Compra itens que não necessita.
·         É fortemente atraído por palavras como: LIQUIDAÇÃO e PROMOÇÃO.
Gasta mais do que pode.



II -Consumidor Moderado


Características:

·         Consome de forma racional e equilibrada.
·         Planeja a compra e pesquisa preços.


      III - Consumidor Pão Duro 



·         Sente mais prazer economizando do que consumindo.
·         Prefere privar-se de adquirir  itens que lhe tragam mais conforto ao seu dia a dia para não gastar.
      
    CURIOSIDADE:
A Escola Menino Deus em Passo Fundo é uma das primeiras escolas a implantar a “Educação Financeira nas Escolas” no currículo da instituição. A educação financeira está inserida nas diferentes disciplinas da educação infantil, ensino fundamental e médio. Os alunos aprendem na prática a organizar e planejar o seu orçamento. A idéia do projeto foi do professor, economista e pai de um dos alunos, Ginez Campos, que provocou a direção da história com este tema. O projeto é pioneiro na região. O objetivo é criar uma nova mentalidade comportamental em relação ao uso dos recursos financeiros pessoais ou familiares ensinando como gastar, poupar e investir os seus recursos de forma organizada e planejada “É uma proposta que visa desenvolver a inteligência financeira das crianças, adolescentes e jovens, que começa com o ensino fundamental a vai até o ensino médio”, comentou Campos.




Dívidas: acabe com elas antes que elas acabem com você! 




Ter dívidas tira o sono, mexe com o humor e custa muito caro, pois os juros pelo atraso dos pagamentos costumam ser muito altos.
Estar endividado pode gerar uma angústia sem fim…
Então é importante dividir o problema em 2 momentos:
  • Primeiro: Resolver as dívidas já existentes.
  • Segundo: Não permitir que esta situação aconteça novamente no futuro.
a) Resolver as dívidas já existentes:
  • Decida como irá diminuir as suas despesas e/ou aumentar as suas receitas. E depois disso, calcule o que sobrará em cada mês.
  • Faça uma lista com as dívidas existentes.
  • Separe as dívidas que têm juros maiores.
  • Negocie com os credores. E parcele com eles o quanto irá pagar por mês, dentro do seu orçamento.
  • Cumpra o que negociou. E aqui a disciplina em diminuir as despesas e procurar outras formas de gerar receitas é fundamental.
b) Não permitir que esta situação aconteça novamente no futuro:
  • Enquadre seus gastos dentro da sua realidade financeira.
  • Estabeleça o quanto irá poupar por mês e siga com determinação.
  • Envolva sua família nas metas definidas.
  • Faça a sua lista mensal de supermercado e veja as ofertas das principais redes. Divida os itens a serem comprados (baseados nas ofertas) entre a família ou entre os dias da semana (lembrando que vai comprar apenas o que definiu na lista).
  • Para cada uma das demais despesas, veja o que pode ser diminuído (ou excluído).
  • Peque uma parte do que poupar por mês e vá fazendo uma “reserva” para imprevistos.
  • Fixe metas para o uso de parte do dinheiro poupado que trarão bem estar e felicidade a você e sua família. Exemplos: uma viagem, trocar o carro, etc. Quando tiver um impulso de sair gastando, lembre-se dos seus objetivos.
  • Acompanhe de forma “canina” se tudo o que planejou (despesas e receitas mensais) está acontecendo. Envolva a família no acompanhamento dos números mensais (das despesas e das receitas). 
Riqueza e qualidade de vida: é rico quem pensa como rico.

*Por Elisson de Andrade.



Em minhas aulas e palestras, costumo usar os termos RICO e POBRE com bastante frequência – inspirado no famoso livro “Pai Rico Pai Pobre”. Porém, em tais ocasiões, antes que qualquer ouvinte me acuse de politicamente incorreto, também costumo deixar bem claro o que cada um desses dois termos representa e significa para mim. É exatamente esse ponto de vista que gostaria de compartilhar com os leitores do Dinheirama.
Primeiramente, uso as palavras RICO e POBRE para diferenciar como as pessoas pensam (e, por consequência, agem), e não pelo quanto ganham por mês. Perceba que a diferença é imensa. Por tal conceituação, uma pessoa que tenha renda mensal de R$ 15.000,00 pode ser considerada pobre, enquanto outra com renda de R$ 1.500,00 pode ser rica. Isso simplesmente pelo fato de pensarem e agirem de maneiras diferentes. Para exemplificar como isso é possível, apresento o famoso exemplo da caixa d’água.
A riqueza e a caixa d’água

Imagine a situação de uma casa em que a caixa d´água que a abastece esteja completamente cheia. Essa fartura momentânea pode fazer com que os moradores da casa comecem a gastar mais água do que a bomba consegue repor. Assim, se ao longo do tempo as saídas forem maiores que as entradas, a caixa um dia ficará vazia e os moradores passarão sede.

Repare que esse exemplo, discutido de maneira pormenorizada em meu artigo “Entenda o Balanço Patrimonial e o Fluxo de Caixa”, demonstra que, para evitar problemas futuros, não adianta a caixa d´água estar cheia. É preciso que o fluxo de água seja constantemente positivo.
No campo financeiro, isso significa dizer que não basta ter patrimônio. É preciso que, consistentemente, as receitas mensais sejam maiores do que as despesas – na verdade, essa é a única maneira de se aumentar a riqueza.
Ricos e pobres pensam de maneira diferente
Com base no exemplo da caixa d´água e sua possível analogia com as finanças pessoais, já é possível delinear a diferença de pensamento entre pobres e ricos. Acompanhe a seguir.

Os pobres
Os indivíduos que se encaixam nessa definição têm sua conceituação sobre riqueza financeira baseada em quantos ativos se tem no Balanço Patrimonial. Isso significa que olham apenas se a caixa d´água está cheia.

Ainda é preciso destacar um detalhe importante: a riqueza percebida pelos pobres está geralmente associada a ativos que dão despesa. Isso porque, apesar de investimentos também serem ativos, o POBRE associa riqueza a quem possui casa de luxo, carros importados, roupas de grife etc., bens que geram mais despesas e aumentam as responsabilidades financeiras da família.
Ao lidar com as finanças pessoais, sua intenção é potencializar o consumo, acreditando que seu bem estar e qualidade de vida estão diretamente associados à quantidade de bens e serviços que consegue obter, nem que para isso seja preciso endividar-se.
Os ricos
As pessoas pertencentes a essa categoria dão grande importância ao fluxo de caixa, isto é, tomam providências para que, sistematicamente, entre mais líquido do que saia na caixa d´água. Dessa forma, é possível verificar que o RICO abre mão do consumo imediato e exacerbado em troca de receitas maiores que suas despesas. O destino para a “sobra” do dinheiro é inteligente: compram ativos que geram mais receita; ou, em outras palavras, investem.

Conclusão
Com base na argumentação construída ao longo do texto, é possível perceber claramente que diferencio POBRES e RICOS pela maneira como definem riqueza financeira. A maneira como pensam e agem são completamente distintas e independem de sua receita mensal.

Obviamente, uma pessoa RICA e com alta renda mensal, conseguirá atingir a independência financeira mais rapidamente que outra com renda menor, mas definitivamente o quanto se ganha não é condição suficiente para geração da verdadeira riqueza financeira.

A realidade é uma só: se você pretende se tornar uma pessoa rica, pense e aja como tal, independentemente de sua renda atual!

Elisson de Andrade
*Doutorando em Economia Aplicada pela ESALQ-USP, professor universitário nas áreas de Matemática Financeira, Mercado de Capitais e Finanças Pessoais, responsável pelo blog Suas Finanças Pessoais. Oferece ainda um curso gratuito sobre Etapas do Planejamento Financeiro via e-mail, bastando apenas cadastrar-se no site

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