quarta-feira, 28 de setembro de 2011

BC projeta inflação na meta e crédito cresce

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, projetou ontem que a inflação em 2011 não vai superar o teto da meta, conforme previsto pelo mercado financeiro no boletim Focus divulgado na última segunda-feira. Tombini fala em queda de um ponto percentual da inflação acumulada em 12 meses até dezembro. O mercado espera o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 em 6,52%.


A respeito da possibilidade de estouro do teto da meta, hoje em 6,5%, Tombini afirmou: "A inflação está na faixa de 7,30%. O teto da meta é 6,50% e nós entendemos que será possível passar por baixo do teto da meta. A inflação estará ao redor desse nível ao final do ano, um recuo de quase um ponto percentual em relação ao que ela está hoje", disse.

O presidente do BC minimiza também possíveis efeitos da alta do dólar nos preços. Cálculos da autoridade monetária mostram que a inflação sente, em um prazo de 12 meses, aproximadamente 5% da variação do câmbio, ou seja, se o dólar subir 10%, a inflação avança 0,5 ponto em 12 meses. Paralelamente, o mercado de crédito continua aquecido, o que pode atrapalhar a projeção do BC de desaceleração inflacionária no último trimestre do ano. O saldo de empréstimos chegou a R$ 1,888 trilhão ao final de agosto, uma alta de 1,7% no mês e de 10,7% no ano. No acumulado de 12 meses, o acréscimo chega a 19,4%, acima do patamar desejável para o final de 2011, entre 12% e 15%. Diante desses números, o BC revisou a projeção de aumento de 17% em 2011 e a estimativa da relação crédito e Produto Interno Bruto (PIB) para 49%.

Para Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac, o crescimento deve manter o ritmo, mesmo com a última redução da taxa Selic no final de agosto, de 12,50% ao ano para 12% ao ano.

Uma nova política econômica - Por Cristiano Romero



O governo Dilma Rousseff opera, sem fazer alarde, mudanças no tripé de política econômica que vigora no Brasil desde 1999. Dois aspectos do tripé - o regime de metas para inflação e o câmbio flutuante - estão sendo flexibilizados. O terceiro pilar, a política fiscal, não mudou muito, mas o cumprimento da meta de superávit primário em 2012 e nos anos seguintes ainda é uma promessa.

Desde meados do ano passado, o Banco Central (BC) não consegue coordenar as expectativas de inflação dos agentes econômicos. Esses perceberam que a economia estava crescendo acima do potencial e gerando pressão inflacionária, agravada pelo aumento dos preços das commodities no mercado internacional. O BC, por razões político-eleitorais, adotou o discurso monocórdico de que a inflação, em algum momento, cederia. Não cedeu.

Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5% e a inflação foi a 5,9%. Uma olhadela na série histórica recente de PIB e IPCA confirma um fato inegável: toda vez que o primeiro cresce acima de um determinado patamar, o segundo fica acima da meta inflacionária. Os números mostram que, quando a economia avança num ritmo superior a 4% ou 4,5% ao ano, o IPCA supera a meta oficial (de 4,5%).

Metas e câmbio flutuante estão sendo flexibilizados

Há de se considerar ainda que a inflação brasileira exibe uma persistência que desafia os teóricos. Mesmo em ano de recessão, como foi o de 2009 (PIB negativo de 0,64%), o IPCA se revelou saliente - 4,31%.

No regime de metas, quando as expectativas apontam inflação acima do alvo oficial, a autoridade monetária não consegue efetivamente levar o IPCA para o alvo. No início deste ano, as expectativas voltaram a piorar, o Banco Central elevou a taxa de juros, adotou medidas de contenção do crédito, mas optou por não derrubar o crescimento da economia a um nível que lhe permitisse conter a inflação. Ao agir dessa forma, assim como já havia feito em 2010, adiou para o ano seguinte a busca da meta.

No movimento mais recente, o BC inovou. Mesmo com a deterioração das expectativas, reduziu a taxa de juros, baseado na aposta de que a confusão lá fora atingirá o Brasil a ponto de cumprir o papel - de desaquecer a economia -, antes reservado à taxa de juros. As expectativas voltaram a piorar e, agora, apontam para o não cumprimento da meta, não apenas em 2011 e 2012, mas também em 2013, 2014 e 2015.

Dados do BC mostram que, na média, os agentes econômicos esperam inflação de 5,51% em 2012, 5,02% em 2013, 4,85% em 2014 e 4,73% em 2015. Quando se considera a mediana, os resultados melhoram um pouco, mas ainda são preocupantes - respectivamente, 5,50%, 4,80%, 4,50% e 4,50%. Se o cenário externo devastador não se confirmar, não demorará muito e o BC virá a público sinalizar que a perseguição à meta ficou para 2013.

Há uma novidade desagradável no momento atual do regime de metas. Pela primeira vez, desde 1999, o BC não se compromete com uma política efetiva de busca da meta de inflação. Isso pode ser dito de outra forma: pela primeira vez, os agentes não estão acreditando que o BC vá conseguir derrubar o IPCA.

Nos quase 12 anos do regime, o país enfrentou cinco momentos de pressão inflacionária. Em 1999, por causa da maxidesvalorização do real; em 2001, pelo inesperado apagão de energia; em 2002/2003, pela crise de confiança que se abateu sobre o Brasil; em 2008 e 2010/2011, pela aceleração do crescimento.

Em todos esses momentos, com exceção de 2010, o BC adotou política que convenceu os agentes que a inflação cairia nos meses e anos seguintes. Em apenas uma oportunidade, recorreu à prerrogativa de adoção da meta ajustada, mais alta que a original para os anos de 2003 e 2004. Não há mal algum no recurso a esse instrumento. Na prática, ele ajuda a suavizar os movimentos de juros em direção à meta e, o melhor, permite que o BC fique em sintonia com as expectativas.

O regime de câmbio flutuante também foi atenuado. Preocupado com o forte fluxo de capitais que ingressa no país, o governo adotou inúmeras medidas para taxar a entrada de "hot money" (recursos de curto prazo). Por causa dessas intervenções, o câmbio parou de flutuar - agora, sofre desvalorização mais acentuada que a de outras moedas, em grande medida por causa do aumento da aversão dos investidores a risco, mas também motivada pela surpresa da política monetária.

Na área fiscal, o governo ainda não disse como vai cumprir a meta cheia de superávit (3,1% do PIB) no próximo ano. Sinais contraditórios emitidos recentemente, como a decisão de contratar quase 55 mil funcionários públicos em 2012, tornam nebuloso o cenário fiscal, apontado pelo próprio governo como suporte fundamental para que o BC reduza a taxa de juros.

Especula-se nas ruas que Brasília caminha para a adoção de um modelo econômico mais parecido com o da Turquia ou o da Argentina, dois países que apresentam taxas elevadas de crescimento e inflação. Talvez, seja cedo para fazer essa afirmação, mas é certo que a política dos últimos anos mudou.

Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras

E-mail cristiano.romero@valor.com.br


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os especialistas e o câmbio - Antonio Delfim Netto


A anguzada, como dizia meu avô, da última semana no mercado cambial teve aspectos cômicos. Alguns "especialistas" recusaram-se a ouvir o dr. Tombini sobre a possibilidade de movimentos cambiais insuspeitados. Continuaram a defender, como paradigma para medir as "distorções" de nossa pobre e ignorante política cambial, a absoluta liberdade do movimento de capitais e o sagrado regime de flutuação imaculada e desinibida da taxa de câmbio.

Tudo de acordo com o Mundo 2, do platonismo semiacadêmico no qual habitam. De repente, trombaram com o Mundo 1, da cruel realidade aristotélica. Foram surpreendidos numa desconfortável posição "vendida" no mercado altamente volátil antecipado pelo dr. Tombini.

Para safar-se, precisam de tempo (o que impõe custos) e de liquidez (que se tornara escassa pela ação do IOF). Clamaram, então, por uma imediata e eficaz intervenção do Banco Central no mercado. Ela está sendo feita (como, aliás, é obrigação do Banco Central), mas agora, obviamente, não se trata de uma "distorção"...

Operadores são pegos em desconfortável posição "vendida"

O ponto mais interessante é que tais operadores atribuem suas dificuldades não à arriscada busca de lucro num mercado absolutamente imprevisível, mas às medidas que, "em legítima defesa", o governo tem posto em prática apenas para confortar parte da indústria nacional, à qual ele mesmo tem negado, há décadas, as condições isonômicas para competir. Para encerrar esse assunto, nada como lembrar o velho Nietzsche: "A grande vantagem da falta de memória é que podemos gozar muitas vezes, sempre pela primeira vez, as mesmas boas coisas".

Talvez esse seja o momento de reconhecer a validade da hipótese básica que orienta a nossa política econômica (fiscal, monetária e cambial): o mundo caminha para alguns anos de alta volatilidade e baixo crescimento. Não apenas porque os Bancos Centrais não sabem bem o que fazer, mas porque há uma "conjugação desfavorável" dos astros! A reedição da operação "twist" pelo Fed, depois do seu reconhecido fracasso, em passado não muito distante, é uma prova disso.

De um lado, temos nos EUA uma disfuncionalidade política que nunca foi tão evidente e que não será resolvida antes das eleições de 2012. É pouco provável que o último apelo de Obama ("Living Within Our Means and Investing on the Future: The President´s Plan for Economic Growth and Deficit Reduction"), que inclui o "The American Jobs Act", seja aprovado no Congresso pelos republicanos.

Se aprovado, talvez não venha a tempo para reduzir, antes da eleição, o dramático desemprego e subemprego; dar conforto aos 16% da população sem assistência à saúde; melhorar a renda das residências americanas (no menor nível desde 1996) e compensar mais de US$ 6 trilhões de redução de ativos que elas sofreram desde 2007.

Por último, mas não menos complicado: 47% dos cidadãos são hoje dependentes, de uma forma ou de outra, de alguma ajuda do governo, o nível mais alto registrado na história dos EUA. Não podemos esquecer que Obama sequer conseguiu nomear os dois membros faltantes do Fed.

Por outro lado, temos enormes dificuldades na Comunidade Econômica Europeia onde, também, o Banco Central não revela que sabe muito mais do que o Fed. A situação não melhorará enquanto não se completar a substituição de Jean-Claude Trichet pelo novo escolhido, o competente, experiente e pragmático Mario Draghi.

Ele assume sob a suspeita dos puristas monetários do Bundesbank, que têm abandonado, oportunistamente, a direção do Banco Central Europeu, depois das sucessivas derrotas de Angela Merkel a cada eleição regional. Draghi deve dizer a que veio, porque na opinião de economistas alemães, "para os italianos, a inflação é uma forma de viver, como o molho de tomate no espaguete"...

Provavelmente Merkel vai perder as eleições. O vencedor vai ter que ensinar aos seus economistas que "a política domina a economia". O país que mais vai perder, política e economicamente, no curto prazo, com a eventual destruição da moeda única, o euro, é justamente a Alemanha. Basta pensar quem estaria hoje na posição do franco suíço, se o deutschemark ainda existisse. E o que seria da prosperidade da Alemanha, se as suas exportações não tivessem se beneficiado da disciplina germânica que "desvalorizou" o deutschemark dentro do euro, aumentando a produtividade da mão de obra, ao mesmo tempo em que, de acordo com os sindicatos, controlava o aumento dos salários. Em outras palavras, a civilizada política alemã de trocar a "estabilidade" no emprego pela "moderação" salarial foi induzida pelo euro.

Com a visível escassez de estadistas que se abate sobre o mundo desenvolvido, o tempo da recuperação é absolutamente incerto. Não se trata apenas de um problema econômico, que os economistas talvez soubessem resolver, mas de um problema político, que os economistas, mesmo que soubessem o que fazer, não poderiam fazê-lo. Falta-lhes a legitimidade do poder. Trata-se de uma questão de liderança capaz de devolver à sociedade a confiança e a esperança, sem as quais não se vê solução razoável antes das próximas eleições nos EUA e na Eurolândia. Esperamos vê-las depois...

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras
E-mail contatodelfimnetto@terra.com.br
fonte: http://www.valor.com.br/brasil/1019352/os-especialistas-e-o-cambio

Fundamentos do Banco Central acalmam o mercado

O mercado do dólar fechou ontem em queda de 0,38%, cotado a R$ 1,822, confiante em que o Banco Central (BC) atuará com firmeza no mercado financeiro se necessário. De acordo com o analista da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Traboti, a postura do BC está correta no atual momento. "A autoridade deve garantir liquidez à praça se houver necessidade", afirma Traboti.

Com o mercado menos nervoso, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,97%, a 53.747 pontos, e o ouro recuou 1,54% na BM&F, cotado a R$ 96 o grama. Na Bolsa de Nova York, o metal registrou oscilação de 8% e fechou cotado a US$ 1.629 por onça-troy.
Economistas renomados que fazem parte da "frente desenvolvimentista" do País, como os ex- ministros da Fazenda Antônio Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser-Pereira, disseram ontem que apoiam a condução da política econômica e monetária do governo de Dilma Rousseff. Contudo, divergem um pouco sobre a questão cambial no Brasil. Os economistas fizeram essas considerações no 8º Fórum de Economia, realizado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) .
Para Delfim Netto, o maior problema do País hoje é câmbio. Ele não é muito favorável à alta expressiva do dólar ante o real. "Essa situação só será resolvida quando a taxa de juros interna for igual à externa", disse. Já Bresser-Pereira comenta que a moeda norte-americana deve subir ainda mais e atingir uma taxa ideal, de R$ 2,30 por dólar.
Contudo, ambos apoiam as ações do Banco Central (BC). "O diagnóstico do [Alexandre] Tombini [presidente da autoridade monetária] está correto. Ele está mais afinado com a realidade monetária do mundo do que os analistas financeiros do Brasil", afirmou Delfim Netto .
Para Bresser-Pereira, "a análise do Banco Central, de que a crise internacional estava se agravando e que a economia nacional estava desaquecendo se confirmou depois da redução da taxa de juros [em 0,5 ponto percentual, para 12%]. O governo como um todo percebeu esse cenário muito antes do mercado. Antes até de mim mesmo. Foi mérito do Tombini, que, aliás, é esta sua função".
fonte: http://www.dci.com.br/Fundamentos-do--BC--acalmam-o-mercado--7-392425.html

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Curso Rápido de Economia

Um viajante chega numa cidade e entra num pequeno hotel. Na recepção, entrega duas notas de R$100,00 e pede para ver um quarto.
Enquanto o viajante inspeciona os quartos, o gerente do hotel sai correndo com as duas notas de R$100,00 e vai até o açougue pagar suas dívidas com o açougueiro.
Este pega as duas notas e vai até um criador de suínos a quem, coincidentemente, também deve R$200,00 e quita a dívida.
O criador, por sua vez, pega também as duas notas e corre ao veterinário para liquidar uma dívida de... R$200,00.
O veterinário, com a duas notas em mãos, vai até a zona quitar a dívida com uma prostituta. cooincid entemente, a dívida era de R$200,00.
A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, às vezes, levava seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações. Valor total da dívida: R$200,00. Ela avisa ao gerente que está pagando a conta e coloca as notas em cima do balcão.
Nesse momento, o viajante retorna dos quartos, diz não ser o que esperava, pega as duas notas de volta, agradece e sai do hotel.
Ninguém ganhou ou gastou nenhum centavo, porém agora toda a cidade vive sem dívidas e com o crédito restaurado começa um novo futuro com mais confiança!
MORAL DA HISTÓRIA:
NÃO QUEIRA ENTENDER ECONOMIA

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A cara da Dilma quando viu o Dólar disparar....


Para as pessoas que queriam ver a valorização do Dólar, vocês estão felizes?

Banco Central vendeu US$ 2,75 bilhões em operações no mercado futuro para evitar que moeda americana superasse R$ 1,90

Em Nova York, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo está preparado para tomar medidas adicionais caso a crise se intensifique.

Mesmo depois da ação do Banco Central para conter a alta do dólar, a moeda acabou fechando a quinta-feira com valorização. Na BM&F Bovespa, o dólar pronto terminou o dia a R$ 1,8845, uma alta de 1,84%. Pela cotação Ptax, anunciada pelo BC às 13h30min, a moeda chegou a R$ 1,9016.

Com uma postura diferente da adotada nos dois últimos anos, o BC resolveu vender a moeda norte-americana, em vez de comprar, em uma tentativa de baixar a cotação. Logo após a venda no mercado futuro, o dólar chegou a recuar. No entanto, à tarde a moeda americana voltou a subir e terminou o dia em alta com relação ao fechamento de quarta-feira. A última vez que o Banco Central havia feito esse tipo de intervenção foi em junho de 2009.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dólar apresenta cotação disparada e pode atingir o máximo de R$ 2 ainda hoje

por Cristina Ribeiro de Carvalho


www.ultimoinstante.com.br

O dólar comercial segue com sua cotação disparada, ultrapassando o patamar de R$ 1,83, sinalizando que a valorização tende a se acentuar no decorrer dos próximos dias ou horas. Há pouco, no interbancário, a divisa era cotada a R$ 1,840 na compra e R$ 1,842 na venda, alta de 2,86%.
No mercado futuro, o contrato para outubro negociado na BM&F operava em baixa de 2,37% a R$ 1,834.
Segundo o operador de câmbio do Banco Intercap, Alexandre Carqueijo, o agravamento do problema financeiros da Grécia está gerando grande valorização ao dólar que está galgando patamares aceleradamente.
"Esse cenário para a divisa reflete totalmente o quadro externo. Há notícias de que a Áustria não tem interesse em contribuir para amenizar o problema fiscal grego", explica.
Em um dia de alta tão acentuada, Carqueijo afirma que a previsão dos analistas é de que a moeda atinja a marca de R$ 2,00. "Acreditamos que isso possa acontecer, só não sabemos se hoje, amanhã ou no decorrer dos dias. Tudo vai depender das notícias a serem divulgadas sobre o cenário externo", aponta.
Para Carqueijo, o dólar muito forte tem dois viés. Por um lado é bom para os exportadores que conseguem um preço mais competitivo, mas por outro acentua a inflação no país.
Na agenda norte-americana, a venda de imóveis usados subiu 7,7% em agosto, somando 5,03 milhões de unidades, contra 4,67 milhões registradas no mês anterior (dado revisado), informou hoje a National Association of Realtors (NAR).
O resultado foi superior às expectativas do mercado, de 4,76 milhões unidades (Forex Fectory). Segundo relatório, na comparação com o mesmo mês de 2010, a venda de imóveis ficou 18,6% maior.
Ainda está previsto o anúncio da taxa de juros dos EUA pelo Federal Reserve.
No Velho Continente, sem indicadores econômicos relevantes nesta jornada, o Banco Central da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) informou em ata que pode comprar títulos para reforçar a recuperação do país.
Segundo o banco, as condições econômicas vistas no último mês seriam suficientes para a continuidade da medida.
Já o economista-chefe do BOE, Spencer Dale, afirmou que a inflação no Reino Unido deve ficar acima dos 5% antes de recuar em 2012.



Liderança Offline

Por Luís Sérgio Lico
Hoje se fala muito em ferramentas e instrumentos para gestão e liderança. Acho que aqui se esconde um problema da vida profissional moderna, onde a tecnologia parece ser um fim em si mesmo. Em muitos de meus cursos, tenho encarado gestores que têm imensas dificuldades para sair de seus "dashboards" e simplesmente falar com as pessoas em uma linguagem compreensível.


Isto é devido, em parte, pela transferência das habilidades e competências (que deveria estar na pessoa), para as ferramentas e os discursos específicos. Por exemplo: muitos falam contabilês, administrês, marketês ou economês. Quando isso acontece, certamente há algo de errado, pois muitos liderados simplesmente não conhecem estas línguas e, para não pagar mico ou perder o emprego, aprendem apenas a responder no idioma universal: hã, hã!

Agora, imagine que você saia, por instantes do universo virtual e "estratégico" e caia direto na realidade exterior. O que você faria se notasse as pessoas desconhecendo que o futuro já começou? Imagine, da mesma forma, tentar fazer com as pessoas reais o mesmo que você faz pelas redes sociais? O que é que aconteceria? Como se relacionar com indivíduos, diretamente e sem ferramentas, kpis, indicadores e widgets a esconder sua real personalidade?

Um dos grandes desafios para os líderes de hoje é como comunicar objetivos, sem utilizar nada senão sua própria competência e persuasão. Milhares falham neste processo tão simples e ao mesmo tempo complexo, de influenciar sem estarem remetidos a nada, a não ser a si mesmos! A maioria é tão dependente de sua network tecnológica, que acaba perdendo o jeito de lidar com quem é de carne e osso (e alma, sonhos etc).

O filósofo Walter Benjamin, dizia que a civilização moderna perdeu a capacidade de contar histórias, de entreter e motivar a seguir uma tradição contando apenas com os recursos orais. Segundo ele, a materialidade do pensamento industrial jogou em segundo plano aquilo que era mais concreto, ou seja, as possibilidades contextuais da narrativa. A fonte da qual se alimentava o narrador desaparece e com ele a existência de toda uma experiência coletiva de aprendizado, substituída por manuais e procedimentos, que são entidades frias a alienígenas, no sentido de estarem distantes de nossa contribuição.

O veloz desenvolvimento da tecnologia e a predominância técnica frente ao indivíduo fazem com que as condições de vida mudem vertiginosamente de uma geração à outra. Desta maneira, temos um abismo intransponível entre elas, pois aquilo que foi vivido pelos pais e avós já não diz respeito às demandas pragmáticas vividas por filhos e netos. Veja-se hoje a polêmica entre as chamadas gerações Y, Z etc. Só tende a piorar. No capitalismo avançado do pós-modernismo, nem mesmo a paisagem preserva-se. Tudo muda e sem aviso, o que nos deixa sem referenciais e imersos na vertigem dos sistemas, onde o que passou não tem mais qualquer importância, pois são mensagens na garrafa, que narram ecos de um mundo longínquo.

Por isso, estreitar laços com as pessoas é uma atividade crucial e notadamente offline! O líder deve mostrar sua condição humana, que ofereça uma interface amigável ao interlocutor. Uma história nunca apresenta apenas uma face, mas inúmeras, só que isto parece que não interessa aos que detêm pessoas a seu comando. Estranho! Líderes deveriam ser grandes contadores de histórias, mesmo porque histórias são coisas reais para quem as ouve. Números, planilhas, gráficos e ladainhas do tipo "we must achieve our goals", ou "precisamos nos posicionar no mercado", são extremamente aborrecidos e previsíveis.

As histórias, ao contrário, conseguem atingir e envolver as pessoas, oferecendo mais que uma meta, mas sim, o sentido real para justificar o esforço em alcançá-la. Cansei de ouvir em minha vida profissional, a célebre frase: - Faça isto! Quando perguntava o alcance da diretriz, qual a importância do que era pedido, recebia de volta uma cara de paisagem ou um furibundo: - Você não está querendo colaborar? Se você lidera uma equipe, nunca se esqueça que as pessoas não seguem metas, seguem ideias.

Elas buscam entender, não somente a tarefa mecânica que é apresentada, mas o propósito do trabalho a ser feito e - principalmente - qual o nível desta minha contribuição.

Se você quer despertar o interesse das pessoas que lidera, mostre-lhes a sua importância no processo, não apenas os "passinhos" do processo. As pessoas são tocadas pela intuição, quer dizer, elas reúnem não somente o conhecimento ou a atribuição, mas o passado, o presente e o futuro numa abordagem imediata daquilo que lhes é solicitada a atenção.
Aprenda a contar histórias interessantes e você sempre terá liderados comprometidos

Luís Sérgio Lico é Filósofo, Consultor, Escritor e Conferencista. Desenvolve Treinamentos Organizacionais Transformadores e Palestras de Alto Impacto em Motivação. Especialista em Excelência Profissional é Professor Universitário e Autor do Livro: O Profissional Invisível.



terça-feira, 20 de setembro de 2011

O que é default?


É o descumprimento de qualquer cláusula importante de um contrato que vincula devedor e credor. Na prática, é o que chamamos de calote.
No caso da dívida dos países, quando uma situação é considerada default?
Todos os países têm dívidas com outras nações, bancos e investidores. Cada operação é baseada em um contrato, com prazo, juros e garantias definidos. Todas as vezes que uma dessas condições é alterada de forma unilateral, a situação é considerada default. Isso significa que o calote não é constatado apenas pela falta de pagamento. Também uma mudança significativa nas condições da dívida é considerada default.
Que tipo de operações caracterizam um default?
O default é caracterizado sempre que um emissor de título oferece um novo papel ou pacote de títulos, cujo resultado seja um desconto da dívida pré-estabelecida. Alterações que tenham o propósito aparente de ajudar o devedor a evitar inadimplência são consideradas calote.
Qual a diferença entre default total e default parcial ou seletivo?
Tais termos nunca foram usados na reestruturação da dívida dos países. No caso da Grécia, bancos e governo classificaram o acordo de um default seletivo. Nessa definição, levaram em conta que a negociação é de parte das condições de financiamento do país.
Quais as consequências do default para um país?
Ele terá mais dificuldades para lançar novos títulos e captar recursos juntos aos investidores. Além disso, a nota de classificação de risco - que mede a capacidade de pagamento do país - é reduzida. Isso significa que, mesmo que consiga mais dinheiro, o país terá que pagar juros mais altos. Além disso, muitos investidores, principalmente fundos de pensão, não podem investir em países que têm a reputação comprometida.
Quais as consequências do default para o credor?
Regra geral, todas as perdas com juros, prazos e garantias precisam ser indicadas no balanço das instituições. Isso tem efeito sobre a saúde financeira do credor, seguros adquiridos contra calote, além de seus compromissos junto a credores.
Toda reestruturação de dívida é considerada default?
Não. Se houver uma negociação entre credor e devedor, sem que haja imposição de condições, o default não fica caracterizado.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Habib´s lança nova rede de salgados, a Box 30


Lojas serão de até 30 metros quadrados e venderão mais de 30 tipos de salgados diferentes com preço baixo.


 O Habib´s se tornou popular com a oferta de esfihas a preços baixos vendidas em grandes lojas da rede. Agora, o fundador da empresa, Alberto Saraiva, quer obter o mesmo sucesso com uma fórmula de negócio inversa. A ideia é abrir restaurantes pequenos, de até 30 metros quadrados, para vender mais de 30 tipos de salgados diferentes, todos com preço baixo.



“Tive a ideia em uma viagem a Miami, em julho, e já estou colocando em prática por acreditar que é um negócio lucrativo e que pode ser reproduzido”, diz Saraiva, com exclusividade a EXAME.com, durante o EXAME Fórum realizado hoje (14/12) sobre oportunidades de Investimentos e Negócios no Rio de Janeiro.
Batizada de Box 30, a primeira loja nesse modelo está em fase de testes desde novembro ao lado da Igreja São Judas, no bairro de mesmo nome, zona sul da capital paulista. No balão do pequeno estabelecimento, clientes encontram desde quibes e croquetes a empadas e brusquetas – tudo menos esfiha para evitar a concorrência com o Habib´s.
Foco em volume
Além dos preços baixos, o grande diferencial do Box 30 é, claro, a promoção de produtos - um atributo sempre bem utilizado por Saraiva para atrair mais clientes. No Box 30, clientes que comprarem 30 produtos de até três itens do cardápio levam outros 30 semelhantes, de graça, para casa.
“É uma maneira de divulgar a marca, fidelizar os clientes e incentivar ainda mais o consumo dos produtos”, afirma Saraiva. “Como em nossos outros negócios, a premissa é focar em volume de vendas e não na margem de preços.”
Os planos de Saraiva para a nova rede são audaciosos. Ele pretende abrir até mil lojas da Box 30 nos próximos anos, a partir de 2012 por meio de franquias. Por serem menores, a nova marca poderia ser aberta em pontos comerciais de ruas, shoppings, galerias e até postos de gasolina.
Para o franqueado, a vantagem é o baixo investimentos no negócio. De acordo com o empresário, se para abrir uma loja do Habib´s é preciso de um aporte de até 1,2 milhão de reais, um Box 30 custa cerca de 300 mil reais para ser aberto.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Como preparar o seu negócio para atender a classe C?

Com cerca de 100 milhões de pessoas, a classe C brasileira desponta como grande consumidora do mercado financeiro. Além de responder por 59% das contas bancárias do país (dados Datafolha) e dos vários produtos de crédito, que colaboraram para o aumento do poder de consumo, esta faixa da população com renda familiar entre R$ 1.115 e R$ 4.807 (dados FGV) reforça seus investimentos e passa a atuar, por exemplo, com mais força na bolsa de valores. Quais as particularidades dos produtos financeiros dirigidos a classe C? Como preparar o seu negócio para esta oportunidade?



Carga Tributaria no Brasil



O Impostômetro chegou a um trilhão. É quanto o brasileiro pagou de impostos em 2011. O valor foi atingido 35 dias antes do que em 2010. É "Hora de Agir"! O Projeto de Lei nº 1.472, conhecido como De Olho no Imposto, está parado no Congresso Nacional desde 2007. Cobrem de seus deputados a aprovação do PL que permitirá que você, cidadão, saiba o quanto paga de impostos em cada produto adquirido.


Descontada a inflação, a arrecadação federal aumentou 7,68% em 2008, retraiu 0,38% em 2009 e cresceu 9,77% em 2010. Não é por acaso que o Impostômetro vai chegar a um trilhão dia 13/09.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Brasil sobe cinco posições no ranking de competitividade

Brasil está mais competitivo. A última edição do Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, divulgada hoje, mostra que o País ganhou cinco posições e agora está em 53º lugar. O Global Competitiveness Report (GCR), publicado anualmente desde 1979, analisa as condições de competitividade de 142 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e uma ampla pesquisa de opinião realizada junto a executivos. No Brasil, a pesquisa é realizada pela Fundação Dom Cabral em parceria com o Movimento Brasil Competitivo.

Na edição de 2011, o ranking geral do relatório apontou Suíça, Cingapura e Suécia como as economias mais competitivas do mundo, ultrapassando os Estados Unidos, cuja queda no ranking é reflexo de sua instabilidade macroeconômica, do déficit fiscal crescente e da dívida pública.
O relatório de 2011 destaca a força dos países emergentes. Se as economias mais avançadas têm revelado uma estagnação econômica e competitiva nos últimos sete anos, as nações emergentes sinalizam um crescimento estável e com mudanças no perfil das suas atividades econômicas. Neste contexto, o Brasil aparece como um dos destaques. O estudo analisa cada país em 12 pilares de competitividade (veja abaixo a posição do Brasil nesses itens).
O Brasil tem apresentado estabilidade na maioria desses quesitos, com pequenas alterações para mais ou para menos no seu posicionamento. Os destaques são os pilares ‘Instituições', cujo salto foi de dezesseis posições; ‘Eficiência do mercado de trabalho', com ganho de treze posições; e ‘Mercado Financeiro', com sete. A única perda significativa ocorreu no pilar ‘Estabilidade macroeconômica', com decréscimo de quatro posições, ocasionado principalmente por um crescimento no nível de endividamento do governo.
12 pilares
O coordenador do Núcleo de Inovação e de Competitividade da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda comenta que é importante ressaltar a alteração do perfil de desenvolvimento do Brasil, o País passou a ser ponderado de maneira diferente em cada um dos 12 pilares da pesquisa. "Isso acabou favorecendo seu posicionamento geral e por grupo de fatores no ranking, retirando peso estatístico dos fatores de pior desempenho do País, como educação básica, infraestrutura rodoviária, eficiência nos gastos públicos e outros, e dando mais ênfase a fatores historicamente positivos como qualidade empresarial, potencial para inovação, qualidade do sistema bancário e financeiro e outros."
Segundo Arruda, os ganhos de posição registrados pelo Brasil não estão ligados unicamente às mudanças no nível de renda per capita e na metodologia. "Essa evolução é também um reflexo das mudanças empreendidas pelo país nos últimos anos, em especial no que diz respeito à estabilidade econômica, à inclusão econômica e social e ao consequente crescimento do mercado doméstico", avalia.
Segundo o WEF 2011, esse incremento de cinco posições está muito relacionado ao fortalecimento de alguns fatores competitivos como o Mercado Interno (10ª posição no ranking geral) e a Alta sofisticação do ambiente de negócios (31ª posição), o que vem proporcionando importantes ganhos de escala e de escopo para a economia brasileira.
Fraquezas competitivas
Por outro lado, o Brasil persiste em suas fraquezas competitivas já historicamente apontadas por este e outros relatório de competitividade, como a baixa qualidade da infraestrutura (104ª posição), baixa qualidade do sistema educacional (115ª), rigidez do mercado de trabalho (121ª) e o spread bancário (137ª).
http://www.economiasc.com.br/

Entendendo a inflação, O Dragão que assusta os brasileiros a décadas



Inflação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços dos bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso faz com que o dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade cada vez maior dele para adquirir os mesmos produtos.
Há vários fatores que podem gerar inflação. O aumento muito grande do preço de um item básico na economia pode contaminar os demais preços provocando uma alta generalizada. É o caso do petróleo e da energia elétrica, por exemplo. O excesso de consumo também provoca inflação, pois os produtos tornam-se escassos ocasionando aumento de seus preços. Em outra hipótese, se o Governo gasta mais do que arrecada, e para pagar suas contas emite papel-moeda, provoca inflação, pois está desvalorizando a moeda, uma vez que criou dinheiro novo sem lastro, sem garantia, sem que tenha havido criação de riqueza, de produção. Assim, os bens e serviços continuam os mesmos, mas o dinheiro em circulação aumenta de volume. Passa-se, então, a exigir maior quantidade de dinheiro pela mesma quantidade de produto, o que alguns economistas chamam de dinheiro fraco, dinheiro podre.
O processo inflacionário, quando instalado, é de difícil controle. Funciona como um círculo vicioso, obrigando a realização de reajustes periódicos de preços e salários, com o seu conseqüente agravamento. E quem mais sofre com tudo isso é a camada mais pobre da população, que não tem como se proteger. Em épocas de inflação galopante, tivemos no Brasil contas bancárias com reajustes diários como forma de repor o poder de compra que o dinheiro perdia de um dia para o outro. Mas as pessoas mais pobres não tinham (e ainda não têm) acesso a contas bancárias, não podendo se utilizar desse benefício. E assim, seu dinheiro valia menos a cada dia.
A Correção Monetária tem o objetivo de minimizar (ou até neutralizar) as distorções causadas pela inflação na economia. Com ela, os valores monetários são reajustados com base na inflação ocorrida no período anterior, calculada por índices que procuram medir as mudanças que ocorrem nos níveis de preços de um período para outro. No Brasil, o cálculo destes índices é feito por entidades credenciadas, como o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Outras instituições também têm elaborado estes cálculos, como a FGV - Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro; FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, ambos em São Paulo; o IPEAD - Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis, em Belo Horizonte, dentre outros.
Os índices de preços, ou de inflação, são, portanto, indicadores que procuram mensurar a evolução do nível de preços. É um número que está associado à média ponderada dos preços de um conjunto de produtos, denominado cesta, em um determinado período. Assim, se de um mês para o outro determinado índice de preços sofre uma elevação de 0,6%, por exemplo, significa que os preços que fazem parte da cesta correspondente a esse índice aumentaram, em média, 0,6%.
Há diversos índices que são utilizados para medir a inflação, cada um com metodologia de cálculo própria e com utilização específica. Para aferir, por exemplo, a variação dos preços dos produtos finais consumidos pela população, usa-se o índice de custo de vida (ICV) ou o índice de preços ao consumidor (IPC), tomando por base os produtos de consumo de uma família-padrão para toda a sociedade ou certa classe. Para medir a variação nos preços dos insumos e fatores de produção e demais produtos intermediários, usam-se índices de preços ao produtor ou o índice de preços no atacado (IPA). A inflação no Brasil levou à criação de muitos índices diferentes para medir a inflação e corrigir a desvalorização da moeda. Atualmente, os principais são:
IPC Fipe - Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FIPE/USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), mede a variação dos preços de produtos e serviços, no município de São Paulo, para famílias que ganham entre um e vinte salários mínimos.
IGP-M - Índice Geral dos Preços do Mercado, calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). A coleta de preços é feita entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês corrente, com divulgação no dia 30. É composto por três índices: Índice de Preços no Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), que representam 60%, 30% e 10%, respectivamente, do IGP-M. É um dos índices mais utilizados.
IPC - Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FGV, mede a inflação para famílias com rendimentos entre um e 33 salários mínimos, em São Paulo e no Rio de Janeiro. O IPC representa 30% do IGP-M. Este índice é calculado para três intervalos diferentes e compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10) com um peso de 30%.
IPA - Índice de Preços no Atacado, calculado pela FGV, com base na variação dos preços no mercado atacadista. Este índice é calculado para três intervalos diferentes e compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10) com um peso de 60%.
INCC - Índice Nacional do Custo da Construção, calculado pela FGV, mede a variação de preços de um conjunto (cesta) de produtos e serviços utilizados pelo setor de construção civil. Este índice é calculado para três intervalos diferentes e compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10) com um peso de 10%.
IGP-DI - Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna. É calculado pela FGV entre o primeiro e o último dia do mês. Sua divulgação ocorre por volta do dia 10 do mês seguinte. Mede os preços que afetam diretamente a atividade econômica do País, excluídas as exportações. A exemplo do IGP-M, também é composto pela média ponderada do IPC, IPA e INCC, calculados para o respectivo período.
INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. Mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas entre um e oito salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e é divulgado aproximadamente após o período de oito dias úteis. É o índice mais utilizado.
IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Ampliado. É calculado pelo IBGE nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. Mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas entre um e quarenta salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e é divulgado aproximadamente após o período de oito dias úteis.
ICV - Índice do Custo de Vida, calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) mede a variação dos preços em quatro grupos: alimentação, transportes, saúde e habitação. A pesquisa é realizada no município de São Paulo, pegando todas as faixas de renda. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e o índice é divulgado aproximadamente no início da 2a quinzena do mês seguinte.
ICVM - Índice do Custo de Vida da Classe Média. Calculado pela Ordem dos Economistas, a pesquisa é realizada no município de São Paulo tomando como base as despesas das famílias que tenham uma renda mensal na faixa entre dez e quarenta salários mínimos. O período de coleta de preços vai do primeiro ao último dia do mês corrente e o índice é divulgado aproximadamente no décimo dia de mês seguinte.

Outras informações
- O contrário de inflação, ou seja, a redução do nível de preços, chama-se deflação.
- Em sua forma extrema, isto é, quando se encontra fora de controle e com aumentos de preços absurdos, a inflação é chamada de hiperinflação.
- Em períodos de inflação alta, em que os preços chegam a sofrer reajustes diários, a população não retém dinheiro, pois ele se desvaloriza muito rápido. Tão logo recebem o dinheiro as pessoas compram mercadorias, pois se deixarem para o dia seguinte não conseguirão comprar tudo o que conseguem comprar hoje.
- O caso mais grave de hiperinflação que se tem notícia ocorreu na Alemanha, após a primeira guerra mundial, que chegou a acusar um trilhão por cento entre agosto de 1922 e novembro de 1923.

Crescimento da economia brasileira valoriza a carreira de administrador

Crescimento da economia brasileira valoriza a carreira de administrador
O bom momento vivido pela economia brasileira e a demanda crescente por profissionais qualificados são promissores para muitas carreiras, especialmente para o administrador, que, com seu perfil generalista, pode atuar em diferentes áreas e contribuir de diversas formas para o crescimento das oranizações.
"De forma geral, o administrador está presente nas empresas que devem crescer por causa do bom momento econômico e da realização de grandes eventos esportivos no País. É o caso das organizações que atuam nas áreas de infraestrutura, construção civil, logística, energia, telecomunicações, tecnologia, óleo e gás, e eventos", destaca o presidente do Conselho Regional de Administração - CRA-SP, Walter Sigollo. "Todas elas precisam de bons administradores para competir no mercado interno e externo", complementa o administrador.
A profissão, que completa nesta sexta, dia 9 de setembro, 46 anos da sua regulamentação no Brasil, continua sendo uma das mais procuradas pelos jovens que buscam o ensino superior. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2009, divulgado pelo MEC (Ministério da Educação), a Administração é o curso com mais inscritos no Brasil. São mais de 1.800 instituições de ensino superior que oferecem o curso, mais de 780 mil alunos matriculados, cerca de 120 mil formandos por ano, mais de 2.500 cursos de Administração e 680 mil vagas.
Sigollo lembra que a carreira de administrador apresenta uma peculiaridade em relação às demais profissões: é dinâmica e constantemente agrega novos campos de atuação ao seu escopo, o que dá maior flexibilidade ao currículo e amplia o mercado de trabalho. Ele, porém, alerta para uma mudança no perfil do profissional.
"O administrador precisa aprender a lidar com as questões relacionadas à sustentabilidade e aos princípios de governança corporativa. Da mesma forma, a maior valorização das pessoas nas empresas, pois hoje se sabe que elas podem ser o principal fator de diferenciação e inovação de uma organização, também obriga o administrador a se preocupar com a gestão de pessoas nas organizações."
Para esse novo perfil, Sigollo recomenda duas posturas. A primeira é a de que o administrador busque, paralelamente ao conhecimento técnico, uma formação cultural mais abrangente e sólida que vai ajudá-lo a se transformar em um profissional com visão de futuro e afeito à inovação. A segunda é de que ele não deixe nunca de estudar, de buscar conhecimento, mesmo que de forma autodidata.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mantega prevê cenário negativo para economia global


A fraqueza de Estados Unidos e Europa deve pressionar negativamente a economia mundial e a disputa dos países pelos mercados globais deve intensificar a guerra cambial, segundo previu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira.
'Os Estados Unidos não têm a recuperação que esperávamos; na Europa a coisa está ainda pior por causa da crise aguda da dívida', disse o ministro durante evento em São Paulo. 'O resultado é que nos próximos dois anos esses países vão crescer num ritmo lento, pífio, isso se não entrar em recessão.'
Nesse cenário, disse Mantega, a disputa pelos mercados internacionais vai se intensificar, implicando na desvalorização forçada das moedas para tentar ganhar competitividade.
'A guerra cambial tende a recrudescer', afirmou.
Apesar deste quadro negativo, Mantega avaliou que o Brasil está melhor preparado para enfrentar uma eventual intensificação da crise do que estava em 2008. Como exemplo, ele citou as reservas internacionais de cerca de 350 bilhões de dólares, o mercado interno forte e o sistema financeiro sólido.
Além disso, Mantega reiterou que o governo está preparado para usar instrumentos para incentivar a economia, caso seja necessário.
'Temos muita bala na agulha para enfrentar uma eventual piora da crise', disse ele.
Como exemplo do vigor da economia brasileira o ministro citou ainda as recentes medidas do governo para conter o ritmo de expansão da economia.
Mantega agregou que o governo está contendo gastos de custeio para permitir mais investimentos e uma possível desoneração tributária. Segundo ele, isso permitirá que o Brasil mantenha crescimento econômico sem pressões inflacionárias.
O ministro assegurou que a meta de inflação deste ano será alcançada. A previsão de Mantega que é a alta mensal média do IPCA seja de 0,3 a 0,4 por cento nos próximos meses.
A meta de inflação para o ano é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais.

Época de transformação social - Global Forum

Época de transformação social - Global Forum

A gestão inovadora como resposta ao desafios da sustentabilidade


O BAWB-Global Forum America Latina (BAWB-GFAL) é uma iniciativa internacional cujo principal objetivo é repensar o papel da sociedade, das empresas, da academia e do poder público enquanto atores fundamentais para o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das comunidades em que se inserem. Para tanto, promove espaços de dialogo sobre estratégias sustentáveis em diferentes âmbitos, procura identificar ações inovadoras, que contribuam para a preservação da vida humana em nosso planeta. A conferência será realizada de forma digital e dará continuidade a interação e diálogo sobre aspectos relevantes de gestão para o mundo empresarial, acadêmico e para a sociedade como um todo, repensando o papel dos negócios enquanto protagonistas fundamentais para o bem estar e o desenvolvimento sustentável, trazendo alternativas para a realidade que se nos apresenta através de práticas bem sucedidas. Com esse foco, e fazendo relação com a Educação na Sustentabilidade, Sociedade Inovadora e Design-Thinking, a pergunta que conduz o BAWB GFAL 2011 coloca em questão os modelos vigentes de gestão tendo em vista os imperativos do desenvolvimento sustentável.