quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ICE - Indice de Clima Econômico





O Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou de 5,6 para 4,4 pontos entre julho e outubro de 2011. Reflexo das incertezas do cenário econômico mundial, o índice ficou abaixo da média histórica, sinalizando a entrada da região na fase de declínio do ciclo econômico, após permanecer na fase de boom entre julho de 2010 e julho de 2011. O ICE é o indicador-síntese da Sondagem Econômica da América Latina, pesquisa trimestral elaborada em parceria entre a o Instituto alemão Ifo e a FGV. 


Entre julho e outubro, houve piora moderada das avaliações a respeito da situação atual e acentuada das expectativas. O Índice da Situação Atual (ISA) passou de 5,9 para 5,2 pontos. Apesar da queda, o nível superior a 5 pontos indica uma avaliação ainda favorável a respeito do momento presente. Já o Índice de Expectativas (IE) sinaliza pessimismo em relação aos próximos meses: ao recuar de 5,3 para 3,5 pontos, o índice atingiu o menor nível desde janeiro de 2009 (2,3 pontos). 


A tendência de piora do ambiente econômico na América Latina segue o que ocorre em âmbito mundial. O ICE apurado pelo Ifo para 119 países caiu de 5,4 para 4,3 pontos entre julho e outubro. Com avaliações desfavoráveis (ISA de 4,6 pontos) e expectativas pessimistas (IE em 4,1 pontos), a economia mundial passa da fase de boom em que estava desde outubro de 2010 para a fase recessiva. 




A Alemanha, maior economia da região europeia, permaneceu na fase de declínio do ciclo, mas o Índice de Expectativas (IE) sofreu forte queda, ao passar de 4,6 para 2,9 pontos. Na França, também foi registrada uma queda acentuada tanto do IE quanto do Índice da situação atual (ISA), levando o país à fase recessiva, com um ICE de 2,9 pontos. Na Itália, o relógio do ciclo econômico permaneceu na fase recessiva com piora na avaliação da situação atual e das expectativas. Quanto aos outros países europeus com perspectiva de crise desde o ano passado — Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda — apenas a Irlanda registrou índices que sugerem uma fase de recuperação. Todos os outros permanecem na fase recessiva. 


Nos Estados Unidos, a tendência de recuperação diminuiu o ímpeto com a piora nas expectativas. No grupo dos BRICs, a Rússia e a Índia estavam na região de indicadores favoráveis (boom) na pesquisa de julho. Agora, pela Sondagem de outubro, a Rússia passou para a fase recessiva e a Índia para a de declínio. O Brasil continuou na fase de declínio, mas com registro de piora nos dois índices — o ISA passou de 6,8 para 5,8 pontos e o IE de 4,7 para 3,7 pontos. Entre os BRICs, apenas a China registrou uma pequena melhora nos seus índices, embora o país continue na fase de declínio. Todos os BRICs apresentam clima desfavorável em outubro, sendo o melhor resultado o da Índia, que registrou o ICE limite de 5 pontos. 


Na quesito especial da pesquisa que trata de fatores considerados limitativos ao crescimento econômico, no resultado agregado dos 119 países pesquisados, a falta de confiança nas políticas econômicas do governo surge nesta edição em primeiro lugar, seguido de déficites públicos e do desemprego. A inflação, que na edição anterior, em abril de 2011, estava em 2º lugar, caiu para o 6º lugar na lista de preocupações dos especialistas. 


RESULTADO DOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA 
O ICE caiu em outubro no México e em todos os países da América do Sul, exceto no Peru, onde houve aumento de 6,1 para 6,2 pontos. Bolívia, Brasil, Chile, México e Venezuela registram ICE abaixo de 5 pontos, revelando um clima econômico desfavorável. Em todos os países, as expectativas se deterioraram, novamente com a exceção do Peru, país em que o IE subiu para 4,4 para 4,8 pontos. Nenhum país, portanto, apresenta expectativas favoráveis. Quanto à avaliação da situação atual, houve piora em oito países. Neste caso, contudo, apenas no México, o ISA recuou para a região de avaliação desfavorável. Em todos os outros casos, o ISA registrou valores superiores a 5 pontos. 


O quadro abaixo mostra a fase do ciclo em que os países estavam na Sondagem de julho e na de outubro. A piora nas condições econômicas está presente nos países analisados. Mesmo no caso de países como o Brasil, que se manteve na mesma fase do ciclo, os dois índices (ISA e IE) registraram queda. 


Entre os problemas enfrentados pelos países latinos, os especialistas colocaram em primeiro lugar a falta de competitividade internacional seguida da falta de mão de obra qualificada, falta de confiança nas políticas governamentais, inflação e desemprego. No caso brasileiro, o principal problema apontado é também a competitividade, mas a inflação aparece em segundo lugar, seguida de falta de mão de obra qualificada, déficit público e escassez de capital. 

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