quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O que é socialismo? Te explico com um exemplo





Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.
Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.
O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.” Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “A”.
Após calculada a média da primeira prova todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina… Para sua total surpresa.
O professor explicou: “o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto isso.”
1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;
2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;
4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando  dividi-la;
5. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
Enquanto o maldito capitalismo, seu o cerne está centrado no direito a propriedade privada. O problema é que as pessoas (de modo geral) se identificam com essa característica. E ao mesmo tempo tem remorso pela as mazelas gerada pela lógica capitalista...    


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Estados Unidos - a águia continua forte.



Com PIB Nominal de US$ 15,7 trilhões e crescimento de 2,2% em 2012os Estados Unidos destacaram-se como a principal economia do Mundo, detendo cerca de 20% da riqueza global. O setor de serviços é o principal ramo de atividade e respondeu por 80% do PIB, seguido do industrial, com 19%, e do agrícola, com 1%.

Para reflexão neste final de semana, alguns números desta potência mundial, obtidos no Ministério das Relações Exteriores – Agosto/2013.   

PIB Nominal
US$ 15,68 trilhões
Crescimento real do PIB
2,2%
PIB Nominal "per capita"
US$ 49.922
PIB PPP
US$ 15,68 trilhões
PIB PPP "per capita"
US$ 49.922
Inflação
1,85%
Reservas internacionais
US$ 150 bilhões

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Cenário político e econômico – por Alexandre Schwartsman


Confesso que os protestos me pegaram completamente de surpresa. Embora qualquer um que tenha lido minhas reclamações constantes acerca do rumo do país possa concluir que ando insatisfeito, jamais imaginei que este sentimento fosse compartilhado e profundo o suficiente para gerar os movimentos dos últimos dias.

Da mesma forma, estaria mentindo se afirmasse entender o que ocorre. Ainda que meu instinto de economista aponte para a aceleração da inflação como um elemento que deve ter contribuído para os protestos, é forçoso reconhecer que eles parecem refletir temas bem mais amplos, possivelmente ligados à percepção de um distanciamento crescente entre a população e seus representantes, materializada, por exemplo, em políticas públicas que não atenderiam seus reais anseios.

De qualquer forma, não me acho suficientemente equipado para analisá-los e explicá-los. Onde talvez possa contribuir, correndo o risco inerente a todas as análises feitas no calor do momento, é na tentativa de entender as implicações deste fenômeno para a formulação de política, em particular na sua faceta macroeconômica. E, da forma como vejo o problema, as implicações não são nada boas.

São essencialmente duas as razões que apontam para esta conclusão, ambas bastante exploradas em minhas colunas recentes.

A primeira diz respeito à natureza da desaceleração econômica dos últimos anos, que, no meu entender, reflete problemas associados à capacidade limitada de crescimento do país, seja pelo esgotamento da mão-de-obra disponível, seja por conta de gargalos crescentemente severos em praticamente tudo associado à esgarçada infraestrutura.

Já o entendimento do governo tem sido distinto, haja vista sua insistência em políticas para estimular a demanda, em particular o consumo, como recentemente expresso nos incentivos para a aquisição de eletrodomésticos. Muito embora estes tenham repetidamente se provado incapazes de fazer a economia acelerar de forma decisiva, a reação quase instintiva do governo em lançar mão deles a cada número ruim no campo da atividade econômica sugere que o diagnóstico oficial ainda aponta para a fraqueza da demanda como o motivo para o baixo crescimento.

Não por acaso, portanto, o resultado tem sido crescimento baixo com inflação alta, combinação profana que certamente colabora para a erosão da popularidade do governo. No entanto, políticas que poderiam corrigir estes desequilíbrios – notadamente a redução dos gastos públicos – e mais à frente recolocar o país na rota do crescimento sustentado implicariam custos em termos de atividade no curto prazo, em particular no período imediatamente anterior à eleição.

Isto nos traz à segunda razão. Se há algum objetivo do governo hoje, trata-se da manutenção do poder, seja pela reeleição da presidente, seja através do ainda remoto, mas possível, retorno do ex-presidente à linha de frente no ano que vem. Em qualquer um destes cenários, o apetite por medidas impopulares, ainda que necessárias, é naturalmente reduzido.

Neste contexto, os protestos agudizam o problema. Para um governo já pouco convencido acerca de diagnósticos discordantes e com objetivos políticos que se sobrepõem à estabilidade, a pressão adicional vinda das ruas se torna um incentivo poderoso ao reforço de políticas que irão demandar mais do Tesouro do que é possível sem comprometer adicionalmente o já precário equilíbrio macroeconômico.


Obviamente não pretendo insinuar que a estabilidade é incompatível com democracia, mesmo porque exemplos desta convivência não faltam, inclusive na América Latina, região que, há pouco, não se caracterizava nem por uma, nem por outra. Mas, na falta de instituições que protejam a estabilidade dos interesses políticos de curto prazo, turbulências políticas terminam por sacrificá-la no altar eleitoral. E nada me diz que desta vez será diferente.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Déficit de credibilidade

Por Celso Ming

De nada serviu à presidente Dilma adotar certas práticas da presidente Cristina Kirchner e chamar os críticos de sua política econômica de terroristas. Ela já deve ter elementos para entender que seu governo enfrenta sério déficit de credibilidade.
Ao longo dos dois últimos anos se atirou ao desmonte dos fundamentos da economia que haviam dado certo nos anos anteriores. O compromisso com uma política fiscal responsável foi substituído por uma sucessão aleatória de contratação de despesas públicas destituídas de um programa estratégico que lhes desse solidez. As metas passaram a ser atropeladas por resultados construídos por truques contábeis. E o resto é opaco. Ninguém entendeu, por exemplo, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai construir o prometido superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) de 2,3% do PIB.

Dilma. Falta a virada (FOTO: Andre Dusek/Estadão)
As manifestações que tomaram as ruas das grandes capitais questionam os critérios que determinaram as prioridades das despesas públicas. O governo do PT, que lá atrás pregava as excelências do orçamento participativo, conduz suas pautas de uma maneira errática, à base de desonerações temporárias e discriminatórias e de transferências de dezenas de bilhões de reais do Tesouro para o Banco do Brasil, para a Caixa Econômica Federal e para o BNDES.
Até agora, os estragos provocados pela inflação no orçamento do trabalhador foram considerados irrelevantes. O importante era perseguir o “pibão grandão”, que não acontece. A escalada de preços foi entendida como consequência de choques externos, de impacto temporário. A política monetária (política de juros) que deveria ater-se a levar a inflação à meta de 4,5% ao ano, foi reorientada para perseguir uma meta de juros. A obsessão da presidente Dilma foi derrubar os juros reais (descontada a inflação) para o nível dos 2% ao ano, não importando se as condições o comportavam.
Mas o momento não é só de desarrumação das contas públicas e de impacto inflacionário. É também de deterioração das contas externas. O rombo nas contas correntes (comércio exterior de mercadorias e serviços mais transferências unilaterais) passou de 2,4% para 3,2% em apenas cinco meses (veja o Confira). E, pior, tende a alargar-se para acima do afluxo de capitais de investimento. Esse é o principal fator que vai puxando as cotações do dólar para o alto.
Ainda na quinta-feira, o governo Dilma desmentiu categoricamente a substituição de peças-chave no comando da política econômica, como manobra destinada a recuperar credibilidade. Não basta a simples troca de nomes. É preciso primeiro admitir a substituição do atual arranjo experimentalista de política econômica por outro que garanta estabilidade e confiança.
Até agora, o governo Dilma descartou peremptoriamente quaisquer mudanças radicais de rumo. A opção foi ir tocando as coisas, do jeito que der, de maneira a não colocar em risco a recondução da presidente Dilma a um segundo mandato nas eleições de 2014. Mas essa é uma aposta em que nenhuma reviravolta política acontecerá até lá. As manifestações pelo País parecem dizer o contrário.
CONFIRA:
O gráfico mostra a evolução do déficit em Conta Corrente acumulado a cada período de 12 meses.
Acima do esperado. A deterioração das Contas Externas não é apenas crescente. É também maior do que o esperado.
O IED ficou curto. Até agora, o rombo era compensado com a entrada de capitais de investimento (Investimento Estrangeiro Direto). Mas, além de maior, o déficit tende a continuar crescendo, porque a disposição dos capitais é tomar o rumo dos Estados Unidos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Especialistas explicam disparada do dólar e queda da bolsa

Por Mirim Leitão

É mais um dia de nervosismo nos mercados. Após o BC dos EUA indicar, claramente, que a retirada dos estímulos à economia americana começará ainda este ano, o dólar passou a subir mais, e a bolsa despenca. O Ibovespa já chegou a cair quase 3,5% hoje, mas às 12h04, recuava 2,11%. Já o dólar, mesmo com a intervenção do BC, chegou a bater R$ 2,27.
Para Sidnei Nehme, da corretora NGO, a alta da moeda americana veio para ficar. Ele diz que recursos estão deixando o país e empresas "correndo" para fazer hedge, ou seja, se proteger da alta da moeda americana. Tudo isso pressiona o dólar.
- O BC dos EUA indicou que vai começar a retirar o programa de estímulos. Esse término da fartura do dinheiro barato no mundo pega o Brasil num momento inoportuno, de baixo crescimento, inflação alta, baixa capacidade de atrair capital. Acho que o dólar vai continuar subindo; pode chegar a R$ 2,30. O governo vai intervir, tentar segurar, mas não tem muito o que fazer - disse o economista.
Ele também fez referência à frase dita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou que o governo tinha "bala na agulha" para evitar a volatilidade do dólar:
- As balas serão poucas, se começar a sair capital de longo prazo - disse Nehme.
Hersz Ferman, economista da Elite Corretora, explicou que as principais bolsas estão em queda e as moedas se desvalorizando em relação ao dólar, desde que o Fed indicou que os estímulos serão retirados mais adiante. A Bovespa e o real, no entanto, sentem mais.
- O comunicado do BC dos EUA e o discurso do Bernanke foram mais duros do que o mercado esperava, o que fez com que as bolsas caíssem e o dólar subisse. O cenário piorou para os dois. Mas o Brasil está "apanhando" mais do que os outros países. É um dos principais destaques negativos em câmbio e bolsa - afirma.
Quando eu pergunto porque o país está "sofrendo" mais do que os outros, inclusive os emergentes, Hersz aponta os problemas que temos mostrado aqui no blog todos os dias:
- Temos uma economia com dificuldade para crescer, a inflação está no teto. A política fiscal é contestada. O Brasil também depende muito de commodities, e a China, que compra muito, está desacelerando. Uma série de fatores faz com que o estrangeiro tire dinheiro do Brasil - explica o analista.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Economia brasileira, principais notícias

Opinião de Edmar Bacha, sobre a economia brasileira



Um dos formuladores do Plano Real, o economista Edmar Bacha, acredita que o governo tem "a faca e o queijo na mão" para reverter o pessimismo em relação ao Brasil. "Mas a decisão é essencialmente política", diz Bacha. veja os principais trechos da entrevista:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-governo--deixou-as-coisas-desarranjadas-diz-bacha,1043096,0.htm

Dilma prepara 20º pacote, agora para mineração

A presidente Dilma Rousseff
 A presidente Dilma Rousseff vai anunciar nesta semana o 20.º pacote de medidas de estímulo à economia de seu governo. O pacote da vez será o novo Código de Mineração, que deve, na visão do governo, impulsionar os investimentos das mineradoras no Brasil já a partir do segundo semestre. O anúncio do novo código está previsto para amanhã, no Palácio do Planalto.

BOLSA DE VALORES
Ibovespa segue exterior e avança, com Petro e Vale subindo mais de 1,5% - InfoMoney 
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/2823752/ibovespa-segue-exterior-avanca-com-petro-vale-subindo-mais

Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (Divulgação/BM&FBovespa)


Pesquisa do Banco Central reduz a previsão do PIB pela 5º vez


Foi reduzida pela quinta vez a previsão de crescimento do PIB para 2013. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada nesta segunda (17/6) pelo Banco Central.
A estimativa de alta foi reduzida para 2,49%, na semana passada, o índice estava em 2,53%, para 2014, a previsão de crescimento se manteve em 3,2%.
A projeção para a taxa básica do juro foi elevada de 8,75% para ao ano, em 2013 e 2014. A inflação subiu de 5,8% para 5,83% para 2013 e mantida em 5,8% para 2014.


Brasil vive forte crise de confiança, acredita 


governo


O governo reconhece que o Brasil é vítima, neste momento, de uma forte crise de confiança. Mesmo depois de retirar as amarras das políticas monetária e cambial, os investidores domésticos e estrangeiros continuam desconfiando do país. A solução não passa apenas pelo fortalecimento das contas públicas, tema apontado pelos críticos como principal razão para o ceticismo. http://www.valor.com.br/financas/3163300/brasil-vive-forte-crise-de-confianca-acredita-governo
Embraer vai investir US$ 1,7 bilhão em novos modelos comerciais
Embraer_190.jpg
A Embraer anunciou nesta segunda (17/6) um pacote de investimentos estimado em US$ 1,7 bilhão para os próximos oito anos. O principal objetivo da companhia é direcionar os recursos ao desenvolvimento de novos modelos dos E-Jets E2.

A empresa prevê uma demanda de 6,4 mil jatos comerciais com capacidade de até 130 lugares ao longo dos próximos 20 anos. Com mais de 1,2 mil encomendas de E-Jets, a companhia detém 42% do mercado em seu segmento.

A agricultura faz sua parte, mas falta infraestrutura, diz a senadora kátia Abreu

A senadora acusou o governo de leniência com a questão indígena e apelidou o ministro da Justiça de

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Destaques da Economia brasileira

 

Dólar em tendencia de queda, após retirada do IOF sobre derivativos cambiais, dólar  desvaloriza frente ao real.
http://blogs.estadao.com.br/economia-tempo-real/2013/06/13/apos-retirada-do-iof-dolar-tem-manha-de-queda/

Ibovespa abre em alta após cair por 4 pregões consecutivos - veja mais em InfoMoneyhttp://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/2819677/ibovespa-abre-alta-apos-cair-por-pregoes-consecutivos.


As vendas do comércio varejista subiram 0,5% no mês de abril sobre março, informou nesta quinta-feira (13/06),  o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Mensal de Comércio. 

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/121538_VENDAS+DO+VAREJO+SOBEM+05+EM+ABRIL+INFORMA+IBGE

Os Salarios tem sido um dos principais fatores impulsionando a inflação:
por Alexandre Schwartsman
"a elevação dos salários por conta do mercado de trabalho apertado, a um ritmo muito acima do crescimento da produtividade, tem sido um dos principais fatores impulsionando a inflação. Apesar disto, é muito pouco provável que esta questão venha a ser abordada, sobretudo às vésperas da eleição." 
http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/05/o-ministro-e-as-passas.html

Destaques da Economia Norte Americana e Asiatica

Vendas no varejo nos EUA superam expectativa com mais vendas de automóveis
Eestados Uunidos Mostra recuperação mais rápida economia. 
O Departamento do Comércio informou nesta quinta-feira que as vendas no varejo subiram 0,6 por cento. 
http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE95C02320130613

Ações japonesas lideram fortes quedas na Ásia

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Foco nos Resultados - O Princípio 80/20

Introdução:
          Vivemos uma época de transição. Como toda transição, esta também é caracterizada por incertezas, resistência à mudança e, principalmente, turbulências. Transição de um modelo baseada na produção para outro, completamente baseado no conhecimento e na prestação de serviços. Muitos autores rotulam esta nova era de diversas maneiras: Era da informação, Revolução do conhecimento, Era pós-industrial e assim por diante.

          Uma das principais características deste momento que vivemos é uma obsessão, quase doentia, pelo mais: mais conhecimento, mais produtividade, mais resultados, mais lucros, mais clientes, mais participação no mercado, mais Stress (mesmo que não desejado) e assim por diante. Porém ao mesmo tempo que somos exigidos a produzir mais, a gerar mais resultados, temos menos tempo, a cada crise financeira ou ataque especulativo temos menos recursos, menos paciência, menos saúde e assim por diante.

          Como conciliar estes aspectos, aparentemente, tão antagônicos, tão paradoxais? Neste ponto acho que o Princípio 80/20 (também conhecido como princípio de Pareto, por ter sido identificado, pela primeira vez há cerca de 100 anos pelo economista italiano Vilfredo Pareto) pode ser um auxiliar valioso para nossa carreira pessoal e, principalmente, para nossa vida pessoal. Vamos inicialmente fazer uma apresentação do princípio 80/20 e em seguida mostrar como você pode utilizá-lo, na prática, para construir uma carreira de sucesso, ao mesmo tempo que mantém uma vida pessoal saudável e equilibrada.

O Princípio 80/20

          O Princípio 80/20 afirma que existe um forte desequilíbrio entre causas e efeitos, entre esforços e resultados e entre ações e objetivos alcançados. O Princípio afirma, de uma maneira genérica, que 80% dos resultados que obtemos estão relacionados com 20% dos nossos esforços. Em outras palavras: uma minoria de ações leva a maior parte dos resultados, em contra-partida, uma maioria de ações leva a menor parte dos resultados. A seguir alguns fatos que ilustram o Princípio 80/20:
  • 80% do total de vendas está relacionado com 20% dos produtos.
  • 80% dos lucros de uma empresa está relacionada com 20% dos produtos.
  • 80% dos lucros está relacionado com 20% dos clientes.
  • 80% dos acidentes de trânsito é causado por 20% dos motoristas.
  • 80% dos usuários de computador usa apenas 20% dos recursos disponíveis
  • 80% do tempo usamos 20% de nossas roupas.
  • 80% das pessoas prefere 20% dos sabores ou cores disponíveis.
  • Pareto descobriu, em uma pesquisa do Século XIX, que 80% da renda, na Inglaterra, ia para 20% da população.
  • 80% dos resultados são obtidos por 20% dos funcionários.
  •           Obviamente que a relação entre causas e efeitos não é exatamente 80/20, mas algo próximo desta proporção. A relação 80/20 é apenas um referencial. O que mais surpreendeu, na pesquisa de Vilfredo Pareto, é que o desequilíbrio representado pelo princípio 80/20 pode ser observado em diversas outras relações causas/efeitos do dia-a-dia. 

              Uma vez aceitando como verdadeiro o princípio 80/20, como podemos usá-lo na nossa empresa, na nossa carreira e na nossa vida pessoal? Podemos resumir esta resposta na seguinte frase: "Identificar os 20% de esforços/ações que são responsáveis pela geração de 80% dos resultados e nos concentrarmos neles, procurando melhorá-los e aperfeiçoá-los cada dia mais.

              Um exemplo muito interessante de aplicação do princípio 80/20 vem da IBM, empresa americana da área de computação. A IBM descobriu, em 1963, que 80% dos recursos de um computador são gastos executando 20% das instruções do Sistema Operacional. O que a IBM fez? A IBM concentrou a sua equipe de programadores na melhoria e aperfeiçoamento das instruções mais utilizadas, com o objetivo de torná-las mais rápidas e eficientes. Com isso o Sistema Operacional melhorou consideravelmente. 

              Uma empresa pode concentrar esforços nos 20% dos clientes que são responsáveis por 80% das vendas ou lucros. Pode alocar recursos para pesquisa e desenvolvimento dos 20% de produtos que são responsáveis por 80% das vendas ou lucros. Pode investir mais em treinamento e desenvolvimento dos 20% dos funcionários que são responsáveis por 80% dos resultados e assim por diante.

              E você? Como profissional e ser humano, como pode aplicar o Princípio 80/20? Este é o assunto do próximo item.

    O Princípio 80/20

              Como seres humanos, todos temos um objetivo em comum: Sermos felizes. Os caminhos para a felicidade são únicos para cada ser humano. Os resultados que obtemos e os objetivos que alcançamos, estão relacionados única e exclusivamente à nossas ações. Ninguém é responsável pela nossa felicidade ou por nossas frustrações, muito menos temos o direito de jogar esta responsabilidade em quem quer que seja. 

              Toda pessoa tem sonhos que gostaria de transformar em realidade. Para transformar estes sonhos em realidade é preciso muito trabalho, esforço e dedicação. É neste ponto que o Princípio 80/20 é uma auxiliar muito valioso. O primeiro passo é identificar, claramente, de preferência por escrito, quais são os seus objetivos de vida. Aqui não cabe questionar se os seus objetivos são legítimos ou não, se são corretos ou não. Quais são os seus objetivos? Ganhar muito dinheiro? Ajudar muitas pessoas? Ser um cantor ou artista famoso? Ser um profissional respeitado e admirado? Trabalhar para um mundo mais humano e solidário? Combater as drogas? Enfim, o primeiro passo é identificar, claramente, quais são os seus objetivos de vida. Ninguém é capaz de atingir um objetivo se não for capaz de visualizá-lo claramente e identificar as ações necessárias para atingir, afinal de que adianta correr se você estiver no caminho errado. E você somente saberá se está no caminho correto se souber para onde está indo. 

              Uma vez identificando os seus objetivos, que são somente seus e únicos, você tem a obrigação de focar os seus esforços e o seu precioso tempo, nas ações que estejam alinhadas com estes objetivos. O tempo é escasso para todo mundo. Precisamos conciliar trabalho, desenvolvimento profissional, família, amigos e tantas outras coisas (veja a coluna "Como construir uma Carreira de Sucesso sem Stress"). Com certeza, a maioria dos resultados que obtemos (talvez 80%), estarão relacionados com uma pequena parcela de nossas ações (quem sabe 20%). Com isso podemos utilizar o princípio 80/20 para priorizar o uso do nosso tempo, nos dedicando mais àquelas ações que geram a maioria dos resultados. É muito importante lembrar que os resultados desejados estão relacionados com os objetivos pessoais de cada um. 

              Sempre que você tiver que optar, por falta de tempo, entre executar uma ou outra ação, considere qual ação está mais alinhada com os seus objetivos pessoais. Sempre que você estiver desanimado, sem motivação, lembre dos seus objetivos, procure imaginar o momento em que você consegue realizá-los e a felicidade por ter conseguido. Use sempre o princípio 80/20 para concentrar-se mais nas ações que irão gerar os resultados desejados. Jamais deixe-se levar pelos objetivos de outras pessoas, não deixe que ninguém conduza a sua vida. Lembre-se: você é único e como tal, é o único responsável pela sua vida. Se você consegue vencer o mérito é todo seu; se não consegue também. 


    sexta-feira, 22 de março de 2013

    Carros mais vendidos no Brasil


    De acordo com dados da Fenabrave, 108.040 veículos foram emplacados na primeira quinzena do mês março no Brasil, alta de 5,1% na comparação com o mesmo período de 2012



    carros mais vendidos março




    O campeão dos primeiros quinze dias do mês continua sendo o Gol, da Volkswagen, com 10.372 unidades vendidas – 4% de crescimento em relação ao mesmo período no ano passado. O ranking segue com Uno (7.552) e Palio (7.435), ambos da Fiat.
    Onixhatch competitivo da General Motors, também foi destaque no segundo mês do ano, alcançando a quinta posição. Nos primeiros dias deste mês o carro atingiu a marca de 4.893 unidades vendidas, ficando com a sétima colocação entre os mais vendidos.



    Veja abaixo os carros mais vendidos na primeira quinzena de março, bem como seu crescimento em 
    relação ao mesmo período em 2012.
    Gol
    Vendas em março/2013: 10.372 unidades
    Vendas em março/2012: 9.973 unidades
    Crescimento: 4%
    Montadora: Volkswagen
    Uno
    Vendas em março/2013: 7.552 unidades
    Vendas em março/2012: 10.955 unidades
    Crescimento: -31%
    Montadora: Fiat
    Palio
    Vendas em março/2013: 7.435 unidades
    Vendas em março/2012: 6.549 unidades
    Crescimento: 13,5%
    Montadora: Fiat
    HB20
    Vendas em março/2013: 6.773 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: Hyundai
    Fiesta
    Vendas em março/2013: 5.107 unidades
    Vendas em março/2012: 5.128 unidades
    Crescimento: -0,4%
    Montadora: Ford
    Fox/Cross Fox
    Vendas em março/2013: 4.979 unidades
    Vendas em março/2012: 5.893 unidades
    Crescimento: -15,5%
    Montadora: Volkswagen
    Onix
    Vendas em março/2013: 4.893 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: General Motors
    Siena
    Vendas em março/2013: 4.557 unidades
    Vendas em março/2012: 1.708 unidades
    Crescimento: 166,8%
    Montadora: Fiat
    Voyage
    Vendas em março/2013: 4.037 unidades
    Vendas em março/2012: 4.045 unidades
    Crescimento: -0,19%
    Montadora: Volkswagen
    Celta
    Vendas em março/2013: 3.190 unidades
    Vendas em março/2012: 3.033 unidades
    Crescimento: 5,1%
    Montadora: General Motors
    Classic
    Vendas em março/2013: 3.055 unidades
    Vendas em março/2012: 1.213 unidades
    Crescimento: 151,8%
    Montadora: General Motors
    Sandero
    Vendas em março/2013: 2.920 unidades
    Vendas em março/2012: 3.568 unidades
    Crescimento: -18,1%
    Montadora: Renault
    Civic
    Vendas em março/2013: 2.313 unidades
    Vendas em março/2012: 1.569 unidades
    Crescimento: 47,4%
    Montadora: Honda
    Cobalt
    Vendas em março/2013: 2.172 unidades
    Vendas em março/2012: 2.919 unidades
    Crescimento: -25,5%
    Montadora: General Motors
    Corolla
    Vendas em março/2013: 1.984 unidades
    Vendas em março/2012: 2.313 unidades
    Crescimento: -14,2%
    Montadora: Toyota
    Punto
    Vendas em março/2013: 1.826 unidades
    Vendas em março/2012: 1.241 unidades
    Crescimento: 47,1%
    Montadora: Fiat
    C3
    Vendas em março/2013: 1.728 unidades
    Vendas em março/2012: 1.169 unidades
    Crescimento: 47,8%
    Montadora: Citroën
    Fit
    Vendas em março/2013: 1.681 unidades
    Vendas em março/2012: 1.231 unidades
    Crescimento: 36,5%
    Montadora: Honda
    Etios HB
    Vendas em março/2013: 1.589 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: Toyota
    Prisma
    Vendas em março/2013: 1.535 unidades
    Vendas em março/2012: 1.057 unidades
    Crescimento: 45,2%
    Montadora: General Motors
    Spin
    Vendas em março/2013: 1.517 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: General Motors
    City
    Vendas em março/2013: 1.326 unidades
    Vendas em março/2012: 770 unidades
    Crescimento: 72,2%
    Montadora: Honda
    Etios Sedan
    Vendas em março/2013: 1.311 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: Toyota
    Ka
    Vendas em março/2013: 1.284 unidades
    Vendas em março/2012: 2.139 unidades
    Crescimento: -39,9%
    Montadora: Ford
    Clio
    Vendas em março/2013: 1.258 unidades
    Vendas em março/2012: 672 unidades
    Crescimento: 87,2%
    Montadora: Renault
    Idea
    Vendas em março/2013: 1.102 unidades
    Vendas em março/2012: 944 unidades
    Crescimento: 16,7%
    Montadora: Fiat
    Cruze Sedan
    Vendas em março/2013: 1.102 unidades
    Vendas em março/2012: 1.826 unidades
    Crescimento: -39,6%
    Montadora: General Motors
    Cruze HB
    Vendas em março/2013: 1.081 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: General Motors
    Fiesta Sedan
    Vendas em março/2013: 1.058 unidades
    Vendas em março/2012: 1.682 unidades
    Crescimento: -37%
    Montadora: Ford
    Agile
    Vendas em março/2013: 1.009 unidades
    Vendas em março/2012: 2.726 unidades
    Crescimento: -62,9%
    Montadora: General Motors
    Focus
    Vendas em março/2013: 971 unidades
    Vendas em março/2012: 711 unidades
    Crescimento: 36,5%
    Montadora: Ford
    March
    Vendas em março/2013: 831 unidades
    Vendas em março/2012: 1.568 unidades
    Crescimento: -47%
    Montadora: Nissan
    Versa
    Vendas em março/2013: 754 unidades
    Vendas em março/2012: 907 unidades
    Crescimento: -16,8%
    Montadora: Nissan
    207
    Vendas em março/2013: 640 unidades
    Vendas em março/2012: 855 unidades
    Crescimento: -25,1%
    Montadora: Peugeot
    Golf
    Vendas em março/2013: 524 unidades
    Vendas em março/2012: 463 unidades
    Crescimento: 13,1%
    Montadora: Volkswagen
    Fluence
    Vendas em março/2013: 511 unidades
    Vendas em março/2012: 469 unidades
    Crescimento: 8,9%
    Montadora: Renault
    Doblò
    Vendas em março/2013: 498 unidades
    Vendas em março/2012: 411 unidades
    Crescimento: 21,1%
    Montadora: Fiat
    Logan
    Vendas em março/2013: 486 unidades
    Vendas em março/2012: 1.447 unidades
    Crescimento: -66,4%
    Montadora: Renault
    Bravo
    Vendas em março/2013: 477 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não estava entre os mais vendidos
    Crescimento: -
    Montadora: Fiat
    Space Fox
    Vendas em março/2013: 472 unidades
    Vendas em março/2012: 794 unidades
    Crescimento: -40,5%
    Montadora: Volkswagen
    Polo Sedan
    Vendas em março/2013: 448 unidades
    Vendas em março/2012: 415 unidades
    Crescimento: 7,9%
    Montadora: Volkswagen
    Palio Weekend
    Vendas em março/2013: 426 unidades
    Vendas em março/2012: 846 unidades
    Crescimento: -49,6%
    Montadora: Fiat
    308
    Vendas em março/2013: 409 unidades
    Vendas em março/2012: 383 unidades
    Crescimento: 6,7%
    Montadora: Peugeot
    Sonic
    Vendas em março/2013: 406 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: General Motors
    i30
    Vendas em março/2013: 369 unidades
    Vendas em março/2012: 886 unidades
    Crescimento: -58,3%
    Montadora: Hyundai
    Jetta
    Vendas em março/2013: 352 unidades
    Vendas em março/2012: 1.045 unidades
    Crescimento: -66,3%
    Montadora: Volkswagen
    Linea
    Vendas em março/2013: 352 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não estava entre os mais vendidos
    Crescimento: -
    Montadora: Fiat
    Livina
    Vendas em março/2013: 349 unidades
    Vendas em março/2012: 417 unidades
    Crescimento: -16,3%
    Montadora: Nissan
    J2
    Vendas em março/2013: 347 unidades
    Vendas em março/2012: Modelo não existia
    Crescimento: -
    Montadora: Jac
    500
    Vendas em março/2013: 311 unidades
    Vendas em março/2012: 1.097 unidades
    Crescimento: -71,6%
    Montadora: Fiat

    Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/os-50-carros-mais-vendidos-nos-primeiros-15-dias-de-marco 

    quarta-feira, 20 de março de 2013

    Economia brasileira está na corda bamba




    Por Alvaro Bandeira Sócio e Economista da Órama DTVM.

    Vocês conhecem um novo esporte modismo hoje mais praticado nas praias brasileiras? O slackline consiste em se equilibrar em uma fita presa entre duas árvores ou pedras e realizar manobras arrojadas de equilíbrio. Nossos pais diriam que seria “andar na corda bamba”, algo que se via nos circos de saudosa memória.
    Pois bem, com as últimas medidas adotadas pelo governo, podemos dizer que a área econômica é a mais nova praticante do “slackline. Na nossa visão, o governo está andando na corda bamba da inflação. Senão vejamos.
    Somente na última semana o governo tomou duas medidas para segurar a taxa de inflação que já no próximo mês ameaçava estourar o teto da meta de 6,5%. Concedeu empréstimo emergencial para as distribuidoras de energia e reduziu a zero os impostos federais sobre a cesta básica.
    Com isso conseguirá reduzir algo como 0,6% na inflação da cesta básica e vai conseguir manter a queda da tarifa de energia de 18%, que de outra forma acabaria sendo repassada aos consumidores pelo uso constante da energia térmica.
    Não podemos esquecer outras manifestações sobre os preços administrados, com as negociações feitas com governos (Rio, São Paulo e outros) sobre as tarifas de transportes, deslocando para meados do ano e evitando o estouro logo no início de 2013. Porém, com o aumento do diesel, a elevação de tarifas de transporte é inevitável nos próximos meses.
    Convém lembrar também que a formatação de cálculo do IPCA foi alterada e suavizou as variações do índice. É bom dizer que foram atualizações bem vindas em função de itens que ficaram mais expressivos ao longo do tempo.
    Somem tudo isso com outras desonerações já realizadas e outras prometidas pelo governo, e agreguem reduções de IPI para autos, linha branca materiais de construção, etc. e teremos quadro temporário mais suave para a inflação. Certo?
    Ledo engano. A inflação em 12 meses segue subindo e no último índice apurado para fevereiro já atingia 6,31%, bem próxima do teto de variação da banda. O pior, abstraindo os efeitos dessas últimas medidas, deveria subir ainda mais ao longo do primeiro semestre, só declinando no correr do segundo semestre.
    Como aparentemente todas essas decisões de governo são transitórias e pontuais para determinados setores, o que passa é que o governo está administrando tão somente o índice IPCA e não tentando debelar as causas da inflação. Resultado disso é que os efeitos são efêmeros e as pressões sobre preços de bens e serviços não foram debeladas. Ou seja, estão atuando somente sobre as consequências.
    Tentando ser um pouco benevolente com o governo, diríamos que estão fazendo isso porque não conseguiriam aprovar reforma tributária com alguma urgência. Ocorre que a unanimidade dos economistas já pleiteia reformas tributárias por muitos anos e nada foi feito. Fatiar essa reforma, como disse Mantega, vai deixar a economia “cambeta”.
    De outra feita, não estão atuando no sentido de recuperar a produtividade da indústria (somente alguns setores são estimulados); os investimentos privados não estão chegando; a burocracia estatal e aprovações ambientais inibem projetos “green field”; o risco regulatório eleva; o comércio internacional se retrai (saldo negativo da balança); e mesmo as obras dos PACs estão com largos atrasos.
    Como o governo tem o precedente de maquiar as contas públicas, já há quem indique que estão maquiando também o IPCA. Nada como faz a Argentina, que vai direto na fonte (e por isso sofre punições), mas sem ir ao cerne de nossa ineficiência de formatar políticas econômicas.
    As mudanças são inúmeras (o que desestabiliza) e constantes, e os efeitos até aqui duvidosos. A presidente Dilma pode se frustrar novamente. O comércio e a indústria podem tentar recompor margens, os produtos elaborados e semi-manufaturados vão ficar de fora dessa queda de tributos federais e há pressão inflacionária no segmento de serviços, principalmente no transporte de mercadorias (diesel, rodovias, portos, etc.).
    Igualmente, algumas pressões não são resolvidas por aumento de juros. Aliás, a autonomia do Banco Central também ficou complicada, já que a redução de juros virou política de governo, sempre citada pela presidente e por todos os seus ministros.
    A política econômica parece mesmo estar praticando “slackline”, tentando, com equilíbrio precário, permanecer em cima da fita. Está mesmo faltando planejamento de longo prazo. Isso nos lembra Peter Drucker, quando diz que “o planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes”