quinta-feira, 20 de junho de 2013

Especialistas explicam disparada do dólar e queda da bolsa

Por Mirim Leitão

É mais um dia de nervosismo nos mercados. Após o BC dos EUA indicar, claramente, que a retirada dos estímulos à economia americana começará ainda este ano, o dólar passou a subir mais, e a bolsa despenca. O Ibovespa já chegou a cair quase 3,5% hoje, mas às 12h04, recuava 2,11%. Já o dólar, mesmo com a intervenção do BC, chegou a bater R$ 2,27.
Para Sidnei Nehme, da corretora NGO, a alta da moeda americana veio para ficar. Ele diz que recursos estão deixando o país e empresas "correndo" para fazer hedge, ou seja, se proteger da alta da moeda americana. Tudo isso pressiona o dólar.
- O BC dos EUA indicou que vai começar a retirar o programa de estímulos. Esse término da fartura do dinheiro barato no mundo pega o Brasil num momento inoportuno, de baixo crescimento, inflação alta, baixa capacidade de atrair capital. Acho que o dólar vai continuar subindo; pode chegar a R$ 2,30. O governo vai intervir, tentar segurar, mas não tem muito o que fazer - disse o economista.
Ele também fez referência à frase dita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou que o governo tinha "bala na agulha" para evitar a volatilidade do dólar:
- As balas serão poucas, se começar a sair capital de longo prazo - disse Nehme.
Hersz Ferman, economista da Elite Corretora, explicou que as principais bolsas estão em queda e as moedas se desvalorizando em relação ao dólar, desde que o Fed indicou que os estímulos serão retirados mais adiante. A Bovespa e o real, no entanto, sentem mais.
- O comunicado do BC dos EUA e o discurso do Bernanke foram mais duros do que o mercado esperava, o que fez com que as bolsas caíssem e o dólar subisse. O cenário piorou para os dois. Mas o Brasil está "apanhando" mais do que os outros países. É um dos principais destaques negativos em câmbio e bolsa - afirma.
Quando eu pergunto porque o país está "sofrendo" mais do que os outros, inclusive os emergentes, Hersz aponta os problemas que temos mostrado aqui no blog todos os dias:
- Temos uma economia com dificuldade para crescer, a inflação está no teto. A política fiscal é contestada. O Brasil também depende muito de commodities, e a China, que compra muito, está desacelerando. Uma série de fatores faz com que o estrangeiro tire dinheiro do Brasil - explica o analista.

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