segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

População brasileira é a que tem menos retorno dos impostos que paga, mostra estudo


A população brasileira é a que vê menos retorno dos impostos que paga ao governo. É o que mostra um levantamento feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com os 30 países que têm as maiores cargas tributárias do mundo.
Segundo o estudo, a carga tributária brasileira é de 35,13%. Isso significa que os impostos pagos pela população ao governo federal, Estados e municípios correspondem a 35,13% de toda a riqueza gerada no país (PIB).
País tem IDH baixo
Essa não é a maior carga tributária do mundo. Na Suécia, por exemplo, o índice é de 44,08%.
Mas, para verificar se os valores arrecadados estariam retornando à população por meio de serviços de qualidade, o estudo considerou também o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país.
Nesse quesito, o Brasil aparece em último lugar entre os países pesquisados, com IDH 0,718. Isso fez com que ele ficasse também em último lugar na lista geral.
Austrália figura no primeiro lugar da lista
O Brasil aparece no último lugar do ranking pelo segundo ano consecutivo. O país está atrás de outros países da América do Sul.
O Uruguai, por exemplo, aparece na 13º posição do ranking, com carga tributária de 27,18% e IDH de 0,783.
A Argentina está no 16º lugar. A carga tributária no país vizinho é de 29% e o IDH, de 0,797.
Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão são os países que melhor fazem aplicação dos tributos arrecadados, segundo o levantamento do IBPT.
Alguns países da Europa também aparecem mal posicionados no ranking. É o caso, por exemplo, de França (26º lugar) e Bélgica (28º). A Itália é o segundo mais com pior colocação (29º), à frente apenas do Brasil.

PAÍS
CARGA TRIBUTÁRIA
(2010)
IDH
(2011)
ÍNDICE DE RETORNO
1º - AUSTRÁLIA
25,90%
0,929
164,18
2º - ESTADOS UNIDOS
24,80%
0,910
163,83
3º - COREIA DO SUL
25,10%
0,897
162,38
4º - JAPÃO
26,90%
0,901
160,65
5º - IRLANDA
28,00%
0,908
159,98
6º - SUÍÇA
29,80%
0,903
157,49
7º - CANADÁ
31,00%
0,908
156,53
8º - NOVA ZELÂNDIA
31,30%
0,908
156,19
9º - GRÉCIA
30,00%
0,861
153,69
10º - ESLOVÁQUIA
28,40%
0,834
153,23
11º - ISRAEL
32,40%
0,888
153,22
12º - ESPANHA
31,70%
0,878
153,18
13º - URUGUAI
27,18%
0,783
150,30
14º - ALEMANHA
36,70%
0,905
149,72
15º - ISLÂNDIA
36,30%
0,898
149,59
16º - ARGENTINA
29,00%
0,797
149,40
17º - REP. CHECA
34,90%
0,865
148,39
18º - REINO UNIDO
36,00%
0,863
146,96
19º - ESLOVÊNIA
37,70%
0,884
146,79
20º - LUXEMBURGO
36,70%
0,867
146,49
21º - NORUEGA
42,80%
0,943
145,94
22º - ÁUSTRIA
42,00%
0,885
141,93
23º FINLÂNDIA
42,10%
0,882
141,56
24º - SUÉCIA
44,08%
0,904
141,15
25º - DINAMARCA
44,06%
0,895
140,41
26º - FRANÇA
43,15%
0,884
140,52
27º - HUNGRIA
38,25%
0,816
140,37
28º - BÉLGICA
43,80%
0,886
139,94
29º - ITÁLIA
43,00%
0,874
139,84
30º - BRASIL
35,13%
0,718
135,83
·         IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
·         Índice de retorno: calculado com base na carga tributária e o IDH

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mais da metade dos paulistanos sairia da cidade, se pudesse


SÃO PAULO – Os paulistanos estão insatisfeitos com a qualidade de vida da capital paulista. E 56% afirmaram que, se pudessem, sairiam da cidade, mostram dados do IrBem (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município), compilados pelo Ibope Inteligência a pedido da Rede Nossa São Paulo, e divulgada nesta quarta-feira (18).
O percentual de paulistanos que sairiam da cidade é maior que o registrado em 2010, quando 51% afirmaram que iriam embora se pudessem. Já em 2009, 57% deram a mesma resposta.
O levantamento apontou que 76% dos 25 itens avaliados pelos paulistanos receberam nota abaixo da média, em uma escala de 1 a 10. O alto índice de insatisfação fez com que , em média, o nível de satisfação geral dos entrevistados com a cidade caísse entre 2010 e 2011, passando de 5 pontos para 4,9 pontos – nota abaixo da média, de 5,5 pontos.
SatisfaçãoPara a pesquisa, foram entrevistados 1.512 moradores da cidade, com idade acima de 16 anos, entre os dias 25 de novembro e 12 de dezembro do ano passado. Eles avaliaram vários quesitos relacionados à qualidade de vida, como serviços públicos, saúde, educação, meio ambiente, habitação, mobilidade urbana e confiança nas instituições e órgãos públicos, dentre outros.
Dentre os itens analisados, as áreas que ficaram acima da média de 5,5 pontos foram relações humanas (6,8), religião e espiritualidade (6,5), tecnologia da informação (6,1), trabalho (6), sexualidade (5,7) e consumo (5,6).
Já aqueles que receberam as menores notas dos paulistanos foram: transparência e participação política (3,5), acessibilidade (3,9), desigualdade social (4) e transporte/trânsito (4,3). Veja na tabela a nota dada pelos pesquisados para as diversas áreas, lembrando que a nota vai de 1 a 10 pontos:
Satisfação média geral dos paulistanos por área 
Área    2010   2011  
Relações humanas 6,96,8
Religião e espiritualidade 6,56,4
Tecnologia da informação 66,1
Trabalho 
6,16
Sexualidade 5,75,7
Consumo5,55,6
Aparência / Estética 5,35,2
Saúde5,15,1
Relações com animais  5,55,1
Juventude5,15
Educação 55
Valores pessoais e sociais 4,84,9
Lazer e modo de vida 4,74,9
Habitação54,8
Meio Ambiente4,94,7
Terceira Idade 4,74,6
Esporte4,64,6
Cultura4,44,6
Assistência social  4,24,4
Segurança4,74,4
Transporte / Trânsito (mobilidade) 4,24,3
Infância e Adolescência4,74,3
Desigualdade Social 4,14
Acessibilidade para portadores de deficiências4,13,9
Transparência e participação política 3,53,5
Qualidade de vidaAlém da queda da satisfação dos paulistanos em grande parte das áreas analisadas, de maneira geral, entre 2010 e 2011, a pesquisa mostra que diminui o número dos que percebem melhora na qualidade de vida na cidade.
Em 2010, 47% afirmaram que a qualidade de vida melhorou, ao passo que, no ano passado, esse percentual foi de 44%. Considerando aqueles que acreditam em piora, o percentual subiu de 9% para 11% no período.