terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vale, MMX e Amil disparam, enquanto BB cai forte



O Ibovespa ganhou forças e fechou o dia em alta de 1,27%, aos 59.317 pontos - se recuperando do início do pregão negativo, em que quase todas as ações do índice chegaram a operar no negativo. Puxando esse movimento, destaque para as ações da Dasa (DASA3), que além de liderar os ganhos do índice com alta de 7,69%, terminando aos R$ 14,00, também foram as únicas do Ibovespa a operarem no positivo durante todo o pregão. Já o Banco do Brasil (BBAS3) liderou as perdas com queda de 2,98%, fechando o dia aos R$ 22,80.
Fora do índice, o destaque principal foi com as ações da Amil (AMIL3), que subiram 15,26%, fechando a R$ 29,16, repercutindo a notícia de que a empresa será vendida para a UnitedHealth Group - maior empresa de benefícios e serviços de saúde dos Estados Unidos - pretende adquirir 90% do capital da empresa por cerca de R$ 10 bilhões.

De acordo com comunicado enviado nesta segunda-feira, a primeira parte da associação será feita pela aquisição de 58,9% do capital total da Amil que pertencem à holding JPL. Segundo fato relevante, o valor de aquisição das ações da JPL foi fixado em R$ 6,498 bilhões, equivalente a R$ 7,917426 por ação ordinária da JPL e R$ 30,75 por ação AMIL3 - o que representaria um valor de mercado de pouco mais de R$ 11 bilhões para Amilpar.
Os papéis da empresa movimentaram um volume de R$ 142,86 milhões - bastante superior à média dos 21 pregões anteriores, que ficava em R$ 19,63 milhões. Contudo, essa maior procura por parte dos investidores pelas ações da Amil já vem chamando atenção nas últimas semanas, evidenciando um possível vazamento de informações no mercado, explicam operadores que pediram para não serem identificados.
Analisando a movimentação semanal das ações AMIL3, percebe-se que desde o começo de setembro os papéis da companhia apresentavam um volume financeiro acima da sua média diária. Nas quatro semanas entre o aumento do giro de negócios e do anúncio da compra pela UHG, os papéis da companhia brasileira acumularam alta de 21,7%.
Dasa sobe na esteira do anúncio
As ações da Dasa (DASA3) aproveitaram o bom momento, por conta de sua relação com a Amil - e a expectativa de que o setor ficará mais caro após esse movimento de aquisição. O volume também surpreende, já que com R$ 51,98 milhões negociados foi bastante superior à média diária dos últimos 21 dias, de R$ 25,43 milhões.
A ligação entre a Dasa e a Amil remonta a 2010, quando a primeira celebrou um memorando para a compra da MD1 Diagnósticos, uma empresa do grupo Amil. No entanto, segundo Mário Bernardes Junior, analista do BB Investimentos, não há nenhum indicativo de que parte dos recursos da venda da Amil poderia ser redirecionada para a Dasa. Vale lembrar que Edson Bueno, presidente e fundador da Amil, e Dulce de Godoy Bueno, vice-presidente do conselho de administração da Amil, detêm mais de 23% das ações ordinárias da Dasa, segundo informações da BM&FBovespa datadas do final de agosto.
Banco do Brasil lidera perdas do Ibovespa
A ação do Banco do Brasil sofreu depois que a instituição anunciou que irá reduzir em até 34% o preço cobrado pelos serviços oferecidos a clientes da instituição em resposta à pressão do governo federal para diminuir o custo financeiro no País.  
A movimentação da instituição é semelhante ao que aconteceu com os juros e com as taxas de administração de fundos de investimentos. Os bancos públicos atenderam o chamado do Planalto e deflagaram no mês de abril uma onda de cortes nas taxas cobradas em diferentes linhas de crédito. 
Mas dessa vez, pode ser pior para o BB, estima o analista Felipe Martins Silveira, da Coinvalores Corretora. "No caso da redução das taxas, você tem uma perspectiva que pode impactar em aumento de utilização de cartões, o que no médio prazo acaba ajudando. Porém, no caso da tarifa, não tem o mesmo efeito, já que você não vai usar mais os serviços do banco por causa dessa movimentação", avalia.
Ele pondera, contudo, que o mercado já estava trabalhando com esse corte, em linha com o que estava sendo traçado pelo governo. Desde a semana passada, esse movimento negativo dos papéis é visto na bolsa, embora tenha sido intensificado na última sexta-feira (5), quando os ativos chegaram a despencar 4,16%, sendo cotados a R$ 23,50.
Vale e MMX sobem forte
Já os papéis da MMX Mineração (MMXM3) subiram 6,71%, atingindo os R$ 4,61, enquanto os ativos ordinários da Vale (VALE3) tiveram ganhos 3,31% para R$ 37,10, acompanhando os preferenciais (VALE5) fecharam com alta de 2,94%, aos R$ 36,01. Por trás disso tudo, a forte alta do minério de ferro no mercado internacional: os ganhos da commodity no mercado chinês superaram os 6% pela manhã.
"E isso está ajudando bastante as duas empresas, com certeza é o minério de ferro que impulsiona essa alta", avalia Henri Evrard, analista da Infinity Asset, que lembra que isso é uma melhora significativa para a margem das duas companhias, cujo principal produto é a commodity. O minério volta para o patamar dos US$ 110 por tonelada - um preço que dificilmente será perdido por muito tempo.
"O minério de ferro para baixo deve ter vida curta, já que esse é o custo de produção para as mineradoras chinesas", destaca o analista. Para ele, das duas uma: ou o minério de ferro volta para cima desse patamar e garante a vida das empresas na China, ou elas fecham as portas e a falta de oferta garante que o minério volte a subir para cima desse patamar. "Para baixo dos US$ 110 por tonelada é bastante difícil ficar.
Provável corte de juros fortalece varejistas
As empresas ligadas ao setor de consumo tiveram ganhos nessa sessão: as ações da B2W Varejo (BTOW3) tiveram ganhos de 3,53%, terminando aos R$ 11,45, enquanto as de sua controladora - Lojas Americanas (LAME4) - tiveram alta de 3,83%, aos R$ 17,60. Por sua vez, os papéis da Hypermarcas (HYPE3) subiram 2,31%, terminando o dia aos R$ 15,95. 
"O mercado voltou a especular um possível corte da Selic na sessão de quarta, e o setor de consumo junto com o de construção é o mais afetado por isso", afirma João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos. Ele destaca que não há consenso entre o mercado sobre o rumo da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), mas as ações passam a tentar precificar esse movimento. "Isso geralmente já está precificado, mas essa decisão de quarta-feira está bastante dividida", diz. 
Por sua vez, dois papéis possuem motivos próprios que justificam essa valorização na abertura da semana. A Hypermarcas reflete o possível pagamento antecipado de debêntures, segundo espera o diretor financeiro da companhia, Martim Mattos, que declarou essa intenção em entrevista dada à Bloomberg. Isso pode ser extremamente positivo para uma companhia cuja alavancagem é uma das grandes preocupações. A companhia já havia feito algumas operações para reduzir o peso de sua dívida. 
Já a B2W continua a ser impactada por especulações, além de se recuperarem das quedas das últimas semanas. "É um caso diferente, por conta do case especulativo, seja vender para uma uma empresa estrangeira como a Amazon ou seja o fechamento de capital da empresa por sua controladora", avalia. Ele destaca que às vezes esse tipo de rumor ganha força, garantindo bastante volatilidade ao papel.
Alta de Pet Manguinhos perde forças
Dando continuidade às fortes altas registradas no último pregão, quando dispararam mais de
7%, as ações da refinaria de petróleos de Manguinhos - Pet Maguinhos (RPMG3RPMG4) registram forte alta no início do pregão, após a companhia anunciar um “Acordo de Confidencialidade” com a chinesa Sinopec por meio de sua empresa no Brasil, Sinopec Petroleum do Brasil.
Os papéis ordinários chegaram a subir 8,33%, mas terminaram o dia estáveis, aos R$ 0,84 depois de movimentar R$ 8,85 milhões - muito acima da média de R$ 800 mil nos últimos 21 pregões. Já os papéis preferenciais tiveram alta de 12,90% no intraday, mas também perderam forças e fecharam aos R$ 0,65 - indicando alta de 4,84%, movimentando R$ 3,56 milhões nesta sessão, bastante acima da média de volum, em torno de R$ 270 mil.

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