sexta-feira, 29 de abril de 2011

Habermas fala sobre internet

No clássico Mudança Estrutural da Esfera Pública, de 1962, Habermas trata da deterioração de uma esfera pública de debates no apogeu da era da comunicação de massa. Como analisaria essa mesma transformação em tempos de redes sociais e comunicação "horizontal" na web?
"A internet gera uma força centrífuga", diz [Habermas]. "Ela libera uma onda anárquica de circuitos de comunicação altamente fragmentados que raramente se sobrepõem. Claro que a natureza espontânea e igualitária de comunicação ilimitada pode ter efeitos subversivos em regimes autoritários [como no recente caso do Irã]. Mas a web em si mesma não produz qualquer esfera pública. Sua estrutura não é adequada para focalizar a atenção de um público disperso de cidadãos que formam opiniões simultâneamente sobre os mesmos temas e contribuições que tenham sido analisadas e filtradas por peritos. "
O filósofo alemão emprega um termo leibniziano -- mônadas eletronicamente conectadas -- para descrever o caráter isolado do uso da internet que, por esta razão, não formaria uma esfera pública de discussão crítica, pelo menos não no sentido que Habermas confere ao conceito.
O fato da rede permitir uma participação direta por meio de comentários e ferramentas de publicação não significa que temos condições para construir um parlamento digital, uma ágora eletrônica. Ainda mais no Brasil, onde temos que suprir problemas de educação básica.
Fonte: http://salatiel-reuniaodepauta.blogspot.com/2010/05/habermas-sobre-internet.html


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