terça-feira, 18 de maio de 2010

Eleições 1989....

Por Paulo Fendler Junior, Jornalista fascinado pela historia política do Brasil

Esses dias perguntei a mim mesmo imaginando uma resposta a contento de como teria sido nosso país com a vitória de outro candidato em 1989.

Não cheguei a nenhuma conclusão e o pior é que acabei gerando mais dúvidas do que respostas, criando pra mim um espécie de teoria da confusão, como trata-se só de análise, vamos a elas.

Imaginando que por muito pouco Leonel Brizola teria ido ao segundo turno com Collor, imaginei como seria um governo do "El Caudilho" e consegui vislumbrar ênfase em educação, construção de novos CIEPS, quem sabe um sambódromo em outro estado da federação e ainda a tira colo o Professor Darcy Ribeiro como ministro da educação ou quem sabe Chefe da Casa Civil.

O pseudo viés seria quem sabe, uma possibilidade concreta de estatização de algumas áreas privadas do país, o que nos traria possivelmente letargia nos investimentos em infra-estrutura.

Imaginando o possivel eleito Mario Covas poderíamos hoje imaginar um processo de saneamento interno das despesas correntes da união, possivelmente uma reforma ministerial e quem sabe um avanço significativo nas instituições democráticas do país.

Imaginar o viés dessa candidatura, seria quem sabe não ter claro se a forma de governo seria a necessidade do "choque de capitalismo", conforme mencionou na campanha ou um teor "social democrata" mais ao centro a qual sua biografia sempre esteve inserida .

Levantar a desconfiança de setores mais conservadores ou não demarcar posição na origem de sua formação poderia representar um enigma de como seria o exercício de sua presidência, sinto isso.

Por outro lado considerar a vitória daquele que se recusa a partir, o quase eterno Paulo Maluf seria caminhar em um processo de imaginação "muito complexo" a ele destinaria apenas algumas perguntas que provavelmente ficarão em branco.

Será que o país teria tanta vulnerabilidade de capital estrangeiro com alguém que considera as privatizações como forma de amortizar o endividamento do estado?

Será que o Brasil teria um aumento do risco país , ou seja, será que teríamos desaceleração dos investimentos estrangeiros por um governo marcado por deconfianças quanto a lisura e transparência na administração dos recursos públicos?

Enfim, nesse caso fica a dúvida.

Um pouco menos duvidoso seria a vitória de Guilherme Afif Domingos, esse com posição clara a favor da iniciativa privada, da desoneração de impostos que atravancam a atividade econômica, da luta constante para o empreendedor nacional ter condições favoráveis e desburocratizadas de se abrir um negócio.

O viés seria construir uma base aliada no congresso que garantisse a governabilidade, lembrando sempre que partidos menos conservadores dificilmente estariam na base desse governo.
Gostaria de finalizar realizando um exercicio de imaginação quanto a Ulysses Guimarães, esse teria apoio até de partidos antagônicos, governaria com base na credibilidade propagada pela mídia, sendo ela justa ou não, não cabe julgar.

O fato em si, é que Ulysses não conseguiu reunir em torno de si sustentabilidade para sua candidatura, talvez pela idade avançada, "trauma para os brasileiros", não conseguiu projeção alguma nas eleições de 89, sendo vista inclusive como uma candidatura folclórica fadada ao insucesso.

Nessa época o melhor para o PMDB era ter ido com Quércia, hoje nem sinal de uma capacidade eleitoral outrora registrada.

Sobre Ronaldo Caiado, Aureliano Chaves, Roberto Freire, Afonso Camargo não me estimula análise.

Sobre Lula ter ganho em 1989 recorro ao conhecimento popular que diz : "Tudo tem seu tempo e seu momento e aquele fatalmente não era, como mesmo admitiu o próprio candidato"

O amadurecimento permite revermos posições e melhorarmos outras que tínhamos , para uns, o melhor governo após a era Vargas, para outros o governo mais execrável que já se constituiu na república.

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