quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si

Por Givaldo Fontes
É nítido que os fluxos migratórios que se originam nas áreas de atraso relativo operam no sentido de frear, ou paralisar, os movimentos sociais reivindicatórios nas regiões industrializadas do país. O Nordeste é, na verdade, a face do Brasil em que transparece com brutal nitidez o sofrimento de seu povo. Sem disfarces é demonstrado as más formações de nosso desenvolvimento. Se não existe política adequada para o Nordeste, pode-se dar por certo que os problemas maiores do País estão se agravando, que nos iludimos com miragens, quando pensamos legar aos nossos filhos uma sociedade mais justa e um país menos dependente.

Perante a um contexto, onde a má formação sócia econômica é brutal, um esforço para conter o desequilíbrio não se trata apenas de uma divisão entre beneficiários e vítimas de um intercâmbio desigual, fundado em uma visão dicotômica do valor do trabalho humano. A fratura que nos alquebra tem projeções negativas tanto num como no outro lado do País.

Segundo Celso Furtado (1981), No Nordeste perpetua-se a miséria de grandes massas de população; no Centro-Sul freia-se o progresso social e cresce a marginalidade urbana.

Vejamos a declaração de Plínio Marcos, dramaturgo que o usou o teatro como forma de expressão das injustiças sociais. Plínio Marcos era considerado o dramaturgo da violência e que se dedicou a fazer fortes denuncias sobre a violência urbana.

“Eu acho que toda violência na sociedade moderna tem origem na egoística distribuição de renda que leva à quebra de identidade cultural do homem comum, tornando-o incapaz de se defender politicamente. Então ele parte para a violência física, para a prostituição, para a migração, porque a miséria é a grande geradora de tudo isso. Quando uma sociedade é formada nas bases em que é a nossa, ela acaba, por exclusão, marginalizando a maioria”.

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