Por Givaldo Fontes
Quando olhamos para a História do Brasil, percebemos que a desigualdade social foi e é uma característica marcante do nosso povo. Ao longo do processo histórico, o Brasil percorreu por distintas fases.
O primeiro período a marcar a nossa história foi o Brasil Colônia, compreendido entre 1500 a 1822. Esta época da historia foi constituída pelos colonizadores, e o Brasil não era um país ou uma nação, e sim uma empresa mercantil. O período colonial pode ser subdividido nas seguintes categorias:
1. Período pré-povoamento (do descobrimento até 1530);
2. Ciclo da cana de açúcar;
3. Ciclo do ouro.
A economia do período é caracterizada pelo tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava. O Brasil estava sob domínio socioeconômico e político de Portugal.
O segundo periodo, compreendido entre 1822 a 1889. A mão de obra ainda era caracterizada por escravos, e o Brasil passou a constituir o conceito de nação, deixando de ser visto como uma grande fazenda de Portugal. Porém, toda riqueza ainda pertencia a coroa portuguesa.
O Brasil da República Velha, que vai de 1889 a 1930, é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto.
Notamos que, até então, não houve modificação substancial no perfil da nação, apesar do aparecimento de novas personagens ricas que os diferenciavam das famílias tradicionais. É importante lembrar que esse período não pode ser considerado como um período democrático.
O período entre 1930 a 1980 é conceituado como Capitalismo Industrial. foi quando a bolsa de valores de Nova York sofreu uma queda e conseqüentemente houve a queda do café no Brasil. Esse fator contribui fortemente para a industrialização, e nessa fase começa a nascer a indústria brasileira.
Após o capitalismo industrial, inicia-se o período da Financeirização , compreendido do ano de 1980 até os dias atuais.
Quando fazemos uma retrospectiva, percebemos que o Brasil ainda não contabilizou mais de quarenta anos de democracia, ou seja, o povo brasileiro não teve tempo de desenvolver uma cultura democrática. Essa jovem história democrática do Brasil talvez seja umas das explicações para as desigualdades sociais que convivemos.
Quando a pauta é Desigualdade Regional, temos dados gritantes. Por exemplo, 80% das famílias ricas do país estão em quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Notamos que os 10% dos mais ricos obtém 75% de toda riqueza, enquanto os 90% da população mais pobre ficam com apenas os 25% da riqueza, e apenas 5 mil famílias controlam 45% de toda riqueza da nação. Esses dados são uma radiografia atual das desigualdades e apontam que desde a colonização até os dias atuais, uma elite historicamente impõem a ditadura da concentração.
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